13 abr, 2025 - 00:02 • Manuela Pires , Olímpia Mairos
O PCP e o Bloco de Esquerda estão disponíveis para entendimentos, mas desde que seja para mudar de políticas. Essa foi a garantia deixada no debate que juntou, esta noite, os líderes dos dois partidos na RTP3.
Paulo Raimundo garante que não hesita se for para romper com a atual política.
“Nós estamos disponíveis, queremos ser impulsionadores e estamos disponíveis para um caminho que rompa com o caminho atual”, garante.
O secretário-geral do PCP disse ainda que “todos aqueles que queiram vir para este caminho, romper com o caminho atual, podem contar connosco, sem nenhuma hesitação, sem nenhuma hesitação”.
Mariana Mortágua também não fecha a porta a entendimentos com o Partido Socialista, desde que seja para aprovar medidas do Bloco de Esquerda.
“O entendimento depende das políticas. O Bloco de Esquerda apresenta prioridades às eleições e cá estaremos para conversar com o Partido Socialista e com todos os deputados que queiram mesmo um teto às rendas e que queiram mesmo ter uma política fiscal justa e que queiram mesmo respeitar quem trabalha por turnos. Os deputados do Bloco servem para isso”, disse.
Neste debate, foram trocadas ideias sobre a imigração, os impostos sobre os mais ricos e a habitação.
A coordenadora do Bloco de Esquerda insiste que o teto às rendas é a única medida que resolve no imediato o problema da habitação.
“Nós vivemos num país em que ter uma casa é considerado um privilégio, em que os jovens perguntam o que é que eu fiz de errado, porque eu fiz tudo bem e não tenho uma casa. E temos o Pedro Nuno Santos a dizer que não há mais nada a fazer".
"O teto às rendas, resulta, consegue baixar o preço das casas já, para esta geração”, insiste.
Por sua vez, Paulo Raimundo defende que a banca tem de ser chamada a ajudar a resolver a crise da habitação.
“Estes grupos económicos, os 19 grupos económicos, esses tais que concentram 32 milhões de euros lucros por dia, foram uma vez chamados a contribuir para alguma coisa?”, questiona.
Raimundo diz que “temos uma situação gravíssima na habitação que é preciso dar resposta”, insistindo que “a banca não é chamada uma única vez, não há um cêntimo de esforço para resolver esse problema. Enquanto isto for assim, isto não vai lá”.
“Qual é a dificuldade em alocar 1% do PIB para responder ao problema da habitação?”, questiona, rematando que “é uma opção que é preciso fazer”.