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Legislativas 2025

Ventura luta contra abstenção e excesso de confiança

08 mai, 2025 - 23:59 • Tomás Anjinho Chagas

Líder do Chega continua a apontar para a vitória como objetivo das legislativas de 18 de maio, mas a mobilização é o grande desafio. Contestação de comunidade cigana marcou dois dias seguidos da campanha eleitoral.

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As sondagens mantêm o Chega com uma ligeira recuperação, mas com um resultado semelhante ao que teve no ano passado. Mas André não seria Ventura se não apontasse para cima: o objetivo é vencer as eleições (tal como fez no ano passado).

Numa campanha que se tem mostrado agreste, devido às duas manifestações de membros da comunidade cigana em dois dias seguidos, esta quarta-feira em Aveiro e esta quinta-feira, em Braga, André Ventura aproveita para lançar um novo slogan: "Não temos medo".

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A frase saiu-lhe esta quinta-feira, depois de uma receção tensa de uma dúzia de membros da comunidade cigana em Braga, onde além dos insultos, cuspiram para cima da comitiva do Chega. André Ventura virou-se e insistiu: "Vocês é que são racistas, têm de trabalhar".

No final da arruada, a segunda consecutiva marcada por estes incidentes, aproveitou os episódios para mobilizar. Pelo meio, André Ventura surfa as ondas mediáticas que tiver de surfar, com a elasticidade e rapidez que o caracteriza.

Desde a entrada de Passos Coelho na campanha, as pensões, a greve na CP ou a imigração. Muitas vezes não há um tema concreto e pensado, o líder do partido aproveita o assunto do dia para tentar marcar pontos.

Abstenção, o aliado que pode tornar-se inimigo

Uma das maiores vitórias do Chega nas últimas eleições tem sido conseguir ir buscar votos à abstenção. Ainda que não seja possível fazer uma aferição precisa de onde vêm os votos de um determinado partido, há uma relação direta que pode ser estabelecida entre o aumento de votos do Chega e a inversão de uma tendência crescente da abstenção.

Ou seja, André Ventura tem conseguido mobilizar eleitores que, normalmente, não iam votar.

Mas pela boca morre o peixe, e o Chega sabe disso. Há uma preocupação com a abstenção: "Não deixem ninguém votar por vocês, nem se deixem ficar em casa a achar que está ganhou ou perdido. Até nos podem dar 60%, temos de ir votar no dia 18", apelou André Ventura durante o jantar-comício de Aveiro, esta quarta-feira.

Esta quinta-feira repetiu o número: "Mesmo as sondagens, que sabemos como são, dão-nos a poucos pontos de vencer, precisamos que todos façam o trabalho de ir votar", apelou aos militantes e apoiantes que marcaram presença num jantar-comício no distrito de Braga.

Há uma necessidade de manter baixos os níveis de abstenção e convencer as pessoas a ir votar, como fizeram no ano passado. O desafio é o mesmo para todos os partidos, mas André Ventura sabe que disso depende um resultado vitorioso do Chega nas eleições de 18 de maio. Ambicioso, o líder do Chega tem estabelecido metas altas nos sucessivos atos eleitorais, e procura manter a dinâmica de crescimento, que foi travada pelas europeias do ano passado, mas que Ventura vai tentar provar que se tratou de um incidente de percurso.

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