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Legislativas 2025

À pesca do voto, IL tem viagem de barco interrompida pela Polícia Marítima

09 mai, 2025 - 01:18 • Filipa Ribeiro

Na Póvoa de Varzim, a Iniciativa Liberal foi obrigada a voltar a atracar o barco ainda antes de passar a barra. O partido visitou ainda a indústria do leite e, no Norte do país, admitiu que a lei laboral "não é intocável" admitindo alterações na "flexibilidade" entre patrões e trabalhadores.

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Rui Rocha queria andar de barco, mas a polícia não permitiu
Rui Rocha queria andar de barco, mas a polícia não permitiu

Nem só de marés altas se faz uma campanha. A manhã desta quinta-feira não começou bem para a Iniciativa Liberal (IL), que tinha pensado numa viagem de barco a partir do porto de pesca da Póvoa de Varzim.

Tudo parecia estar a favorecer a ação de campanha, desde logo o mar calmo numa região onde por norma "é bravo" e o sol alto. Com toda a comitiva no barco e a comunicação social, Rui Rocha seguia na frente com os candidatos do partido pelo círculo do Porto - Carlos Guimarães Pinto, Miguel Rangel e Marta Von Frieden -, mas ainda distante de passar a barra a embarcação parou e começou a dar a volta. No cais estava a Polícia Marítima e a viagem é assim interrompida.

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Aos jornalistas, Rui Rocha, falou "de uma interpretação de que se tratava de uma atividade comercial". Com uma ação de campanha interrompida, o presidente da IL ironiza o momento, dizendo que os seus "dotes de condução em alto mar" terão que ser mostrados "depois de 18 de maio". No entanto, Rui Rocha não diz quem queria levar na proa do barco, nem em quem confia o leme do país.

Com o barco atracado, o líder dos liberais comparou-se às pessoas que não conseguiram andar de comboio esta quinta-feira. "É o país que temos", disse.

Lançando a greve na Comboios Portugal para a conversa, o presidente da Iniciativa Liberal defendeu que o direito à greve é "intocável", ao contrário da legislação laboral onde diz ter disponibilidade para "discutir alterações".

O tema foi aprofundado já durante a tarde no final de uma visita à Lactogal - empresa da indústria do leite - onde o presidente da Iniciativa Liberal admitiu rever questões na lei laboral relacionadas com a "flexibilidade" entre patrões e trabalhadores. "O que parece evidente é que temos que ter uma solução mais flexível a colaboração entre as empresas e os seus colaboradores, porque o resultado será mais riqueza para o país", disse quando defendeu uma revisão dos pacotes legislativos relacionados com o mercado laboral.

Ainda no final da visita à fábrica instalada em Vila do Conde, o presidente da IL defendeu a "privatização" do setor ferroviário. Sendo utilizador dos comboios em viagens entre Braga e Lisboa classificou-se como "lesado da CP".

Para Rui Rocha, a greve em tempo de campanha e o desânimo dos trabalhadores da Comboios Portugal acontece porque "o Estado é mau empregador".

O líder da Iniciativa Liberal defende que a "liberalização" da ferrovia traria mais competitividade para o serviço de transportes à semelhança da "competitividade atual" da rodovia. O presidente liberal considera que é necessário ter ligações de comboio entre todas as capitais de distrito e defende uma melhor rede de ferrovia entre Barcelos e Guimarães. Rui Rocha acredita que com a liberalização é possível tornar ainda as "distâncias mais curtas".

Numa campanha em que procura um pouco mais o contacto com eleitores na rua, o presidente da IL visitou esta quinta-feira mais uma empresa. Desta vez, do setor do leite - a Lactogal - onde praticamente todo o processo de produção é robotizado.

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