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Legislativas 2025

Bloco de Esquerda. O desafio de reerguer um partido

09 mai, 2025 - 21:03 • Isabel Pacheco

Em campanha eleitoral “fora da caixa”, o Bloco de Esquerda tenta o tudo por tudo para não perder votos numa corrida em que os fundadores do partido assumem protagonismo.

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O Bloco de Esquerda, de Mariana Mortágua, trocou nesta campanha para as legislativas os tradicionais comícios por "talk-shows", e o contacto improvisado nas ruas por encontros em registo de conversa em que a ideia é ouvir mais do falar.

Uma mudança arriscada de estratégia que fez desta primeira semana de campanha uma versão contra-corrente do habitual, sem arruadas, mercados ou os habituais piropos de feiras.

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Mas, se mudou o formato, o conteúdo não fugiu ao guião: há que combater a direita e evitar a dispersão de votos na esquerda que, desta vez, e segundo as mais recentes sondagens que colocam o Bloco de Esquerda na casa dos 3% da intenção dos eleitores, poderão mesmo fugir, talvez, para o Livre.

A disponibilidade do PS para o diálogo após 18 de maio chegou logo no terceiro dia de campanha. Pedro Nuno Santos teve resposta pronta de Mariana com um “sim, claro que falamos, mas…”.

A coordenadora do Bloco admitiu entendimentos, mas com condições: cumprir os compromissos fundamentais do programa do BE. Tudo num acordo que terá, mesmo, de ser escrito. “Não há outra forma”, admitia a líder bloquista à margem de uma visita , na terça-feira, ao bairro do Zambujal, em Lisboa.

É a sombra de uma eventual reedição da “geringonça” que volta a pairar na campanha da esquerda. Tem sido, praticamente, assim desde 2019. E 2025 não está a fugir à regra.

A primeira semana termina com a entrada de Francisco Louçã na campanha. Numa sessão no Centro Internacional de Artes, em Guimarães, que pela primeira vez encheu uma sala, o fundador do BE e cabeça de lista pelo distrito de Braga, uma década depois de abandonar a vida política ativa, disse ao que vinha: ajudar a “delinear fronteiras-limite” para conter a extrema-direita numa ajuda mútua entre mais novos e velhos para a construção de “um mundo mais decente”.

Antes, tinha sido a vez de Fernando Rosas, ele que é cabeça de lista por Leiria, surgir em campanha no distrito para apelar ao voto útil contra o “monopólio rotativo entre o PS e o PSD”.

Falta Luís Fazenda entrar em ação. Outro dos fundadores do partido a integrar as listas para as legislativas como "número 1" por Aveiro. A estreia do antigo vice presidente da assembleia da república está prevista para quarta-feira.

A valorização do trabalho por turnos, a imposição de limites às rendas e as taxas para os mais ricos são as bandeiras da BE que, nos primeiros dias, levou o partido a percorrer os distritos de Lisboa, Santarém, Leiria, Porto e Braga.

É o tudo por tudo para inverter a tendência decrescente do BE que viu o grupo parlamentar reduzido de 19 para 5 deputados. É essa a tarefa de Mariana Mortágua: em dois anos de liderança enfrenta as segundas legislativas.

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  • Já eras...
    10 mai, 2025 O Livre é a nova Voz 09:27
    O BE das manas Mortágua, já era. O Livre é a nova voz da Esquerda Radical, e a Mortágua sabe disso. É por isso que aparece em todo o lado e quase tem mais tempo de antena que o Montenegro

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