09 mai, 2025 - 21:36 • Jaime Dantas
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, pediu esta sexta-feira ao Presidente da República que "se mantenha em silêncio" ao invés de apelar ao voto útil na Aliança Democrática (AD).
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Inês Sousa Real falava durante a manhã aos jornalistas na zona da Boavista, onde o partido esteve em contacto com a população. As declarações surgem depois de Marcelo Rebelo de Sousa apelar a que saia uma solução governativa estável das próximas eleições.
Para a deputada única do partido, as declarações do chefe de Estado são "um apelo indireto ao voto útil na AD", coligação que, a par do PS, considera "não terem contribuido para a estabilidade do país".
"Basta ver que já estamos a ir pela terceira vez em eleições sem termos completado um ciclo legislativo de quatro anos", reforçou.
"O que é importante é que as pessoas votem nos patidos que têm sido um contraponto à instabilidade causada pelos grandes partidos", para a qual " o Presidente da República também contribuiu", disse Sousa Real.
Questionada pelos jornalistas, a candidata do PAN rejeitou ainda que a defesa esteja a passar ao lado da campanha, e voltou a sublinhar que os investimentos militares "não podem colocar em causa os apoios sociais".
Seguindo a linha ideológica do seu partido, acrescentou ainda que investir na segurança do país passa também pela aposta na "proteção das infraestruturas" face aos desafios colocados pelas alterações climáticas.
"Os grandes partidos ridicularizaram a proposta do PAN quando dissemos que era preciso deixar o negócio da guerra e investir também na proteção das principais infraestruturas, como hospitais e aeroportos, seja para o contexto de guerra, seja para o combate às alterações climáticas, que também podem colocar em causa a nossa soberania", alertou.
Ao final da manhã, Inês Sousa Real visitou ainda o núcleo norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, para alertar para a necessidade de comparticipação total das baixas médicas para doentes oncológicos.
"É manifestamente indigno, obrigar as pessoas a trabalharem com uma doença desta natureza. Estas pessoas, muitas vezes, vêm a sua vida em suspenso por causa dos tratamentos e têm depois uma grande dificuldade de reintegração do ponto de vista social e laboral", disse.
A agenda do partido para este sábado começa na capital, com regresso marcado ao Porto ao início da tarde.