09 mai, 2025 - 19:42 • Susana Madureira Martins
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“O PS é sempre subestimado nas sondagens”. O lamento de Pedro Nuno Santos, em entrevista desta sexta-feira à Renascença, mostra o desalento do estado maior socialista com a vantagem da AD na maior parte dos estudos de opinião e que, assumidamente, contamina a caravana do PS um pouco por todo o país.
Depois de uma primeira semana sem grandes multidões nas zonas do Algarve, Alentejo e Beiras, a campanha socialista entra no clássico fim-de-semana de viragem a Norte, passando por Trás-os-Montes e o Grande Porto, zonas onde as federações locais enchem pavilhões e ruas.
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O discurso político de Pedro Nuno Santos tem sido centrado, sobretudo, na garantia de estabilidade que quer dar ao Presidente da República e que alega não existir da parte da AD e de Luís Montenegro.
ENTREVISTA
Em entrevista à Renascença, o líder do PS garante (...)
Aliás, o líder socialista como que se acantonou nos argumentos contra o que considera ser a “falta de seriedade” do primeiro-ministro, tornando a crítica quase pessoal, anestesiando toda a abordagem de defesa do programa eleitoral que acaba sem qualquer tração.
Ao mesmo tempo, Pedro Nuno tenta que o que disser em campanha não seque a relação entre partidos no pós-eleições, querendo ostensivamente deixar a garantia de que o PS está disponível para dialogar com todos, mesmo com o PSD, para a ansiada “maioria estável” de que fala.
A esquerda à esquerda do PS fica subalternizada e num certo sentido desprezada pelo líder socialista, que tenta não ficar colado a posições eventualmente mais radicais que lhe podem tirar votos.
Em boa verdade, Pedro Nuno caiu na armadilha lançada por Luís Montenegro com a defesa da alteração à lei da greve, puxando o líder socialista para uma posição menos moderada e como que a ficar numa encruzilhada face às posições que assumiu em 2019.
A segunda semana poderá servir para afinar a mensagem e, sobretudo, evitar cascas de banana lançadas pela caravana da AD.