10 mai, 2025 - 18:32 • Cristina Nascimento
A CDU puxou dos pergaminhos para sinalizar que estão cá para combater a política de direita e, sem nunca mencionar o PS, afasta-se dos socialistas.
Aconteceu no Porto, naquele que foi o maior desfile feito até agora durante a campanha para as legislativas de 18 de maio. Durante cerca de um quilómetro, mil pessoas acompanharam Paulo Raimundo durante o percurso que foi da antiga sede da PIDE à estação de Campanhã.
Nos discursos, Raimundo garantiu que na CDU “há coragem e há firmeza para dar combate a todas as conceções e a todas as formas que a direita assuma. Das mais trauliteiras àquelas que se apresentam mais lavadinhas”.
E, sem mencionar partidos, acrescenta que sabem “bem onde estavam todos os trauliteiros e os lavadinhos no tempo da troika a aplaudir o corte das pensões, o corte dos salários e mandar para baixo a vida do nosso povo”.
Na mesma intervenção, Raimundo atira-se também ao PS, sem mencionar diretamente o partido de Pedro Nuno Santos.
“Aqui não damos um dedo, quanto mais a mão, à direita. Aqui não viabilizamos orçamentos da direita, nem os seus programas de Governo”, assegura Raimundo.
Legislativas 2025
Balanço primeira semana campanha da CDU. Paulo Rai(...)
E vai mais longe. “Aqui não se dá abébias à extrema-direita. Aqui não se dá credibilidade, nem se normaliza a extrema-direita. Aqui não acenamos com a mão esquerda para depois apertar a mão à direita com a mão direita”, acrescenta.
O percurso do desfile arrancou da antiga sede da PIDE no Porto, que foi também uma prisão. Raimundo diz que “não foi um ato simbólico”.
“É um compromisso com a história e com a memória com a resistência e com todos aqueles que deram tudo para que possamos estar aqui hoje”, disse.
Durante a iniciativa, Raimundo recebeu ainda um documento com o nome de 165 antigos presos políticos que fazem questão de assegurar que estão ao lado da CDU.
As referências ao 25 de abril foram várias. Raimundo foi entrando e saindo de trás da faixa que abria o desfile para ir distribuindo cravos vermelhos (e até atirou um – e acertou - a uma mulher que estava numa varanda). E no fim, ouviu-se a “Grândola, Vila Morena”, o que nesta campanha eleitoral não tem sido habitual.