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Legislativas 2025

Montenegro entrou na campanha a pedir "maioria maior" para governar 8 anos

10 mai, 2025 - 01:12 • Manuela Pires

Na primeira semana, Montenegro reuniu os antigos líderes no dia de aniversário do PSD e na rua ouviu queixas de quem tem reformas muito baixas e sofreu os cortes de Passos Coelho. A fechar a primeira semana, o líder da AD dramatiza no apelo ao voto "para ninguém acordar no dia seguinte com um governo diferente daquele que queriam".

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Luís Montenegro quer ter uma “maioria maior” e, sem perder tempo, começou logo nos primeiros dias de campanha para as eleições legislativas de dia 18 a apelar ao voto dos eleitores que no ano passado escolheram o Chega ou o Partido Socialista.

É uma estratégia que o ano passado ficou apenas para os últimos dias de campanha, mas este ano a AD quer corrigir o tiro e Montenegro avisa, em todos os comícios, que quem quer estabilidade política só tem uma escolha a fazer.

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"Se querem garantir a estabilidade, deem um voto de confiança àqueles que conseguem materializar a estabilidade, àqueles que não precisam de ofender ninguém, de estar sempre a tratar mal dos outros, de estar sempre a deitar para baixo", disse o líder da coligação AD no jantar na FIL, em Lisboa, que assinalou mais um aniversário do PSD.

Luís Montenegro não se cansa de lembrar que, no último ano, o PS e o Chega estiveram muitas vezes juntos para aprovar propostas com as quais o Governo discordava.

"Convém relembrar-lhes que a nota dominante deste ano foi que, para os socialistas, nunca foi de dispensar, pelo contrário, o apoio do Chega. Para o Chega, nunca foi de ignorar a junção com o PS, para ver se perturbavam a ação do Governo", criticou no mesmo jantar.

O Chega e o Partido Socialista são os alvos de todos os comícios da AD, com Luís Montenegro a criticar Pedro Nuno Santos, que acusa de incoerência. Foi o que aconteceu esta quinta-feira a propósito de declarações do líder do PS, em 2019.

A mensagem está definida e não é para mudar, sinal disso é a resposta dada esta sexta-feira a Marcelo Rebelo de Sousa sobre a governabilidade. Apesar da insistência dos jornalistas, Montenegro diz que não vai responder agora a essa questão, porque a palavra está nas mãos dos portugueses que devem decidir sobre a estabilidade.

“Cada um que vai votar, vai decidir a estabilidade. E depois, mediante essa decisão, todos nós temos de agir. Mas eu não vou antecipar esse momento”, disse aos jornalistas, em Porto de Mós.

A dramatização aumenta de tom, quando no almoço com os autarcas em Pombal, o líder do PSD apelou à mobilização de todos que querem estabilidade para que não aconteça como há dez anos e alguns eleitores "acordem com um Governo diferente daquele que queriam".


Pensionistas e imigrantes são temas da semana

Nos comícios, Montenegro diz que conseguiu “reconciliar-se com os pensionistas”, mas nas ruas ouviu queixas de quem recebe uma reforma baixa, a quem a gratuitidade dos medicamentos não chega.

O líder que pede uma maioria maior, apesar de muitos dos apoiantes insistirem na absoluta, quer governar mais oito anos. O desejo foi deixado no comício do dia de aniversário do partido, onde ao almoço reuniu os antigos líderes entre eles Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho.

"Imaginem quem fez isso em 11 meses, o que é que não será capaz de fazer nos próximos oito anos”, disse no comício em Lisboa.

Campanha começa em Bragança ao lado da primeira baixa do Governo

A campanha oficial começou em Bragança, onde o cabeça de lista é Hernâni Dias, o antigo secretário de Estado que se demitiu do Governo na sequência da polémica lei dos solos.

Luís Montenegro considerou que Hernâni Dias cometeu "uma imprudência" ao criar duas empresas que poderiam beneficiar com a nova lei dos solos, mas escolhe de novo o antigo autarca para encabeçar a lista de candidatos a deputados em Bragança.

Nesse fim de semana, o Governo anuncia que vai expulsar do país mais de quatro mil imigrantes nas próximas semanas porque estão em situação ilegal. É o primeiro tema a entrar na campanha e é também uma das bandeiras do Chega.

A campanha da AD que já percorreu perto de três mil quilómetros, esteve em Aveiro, Bragança, Braga, Lisboa, Castelo Branco, Guarda, setúbal, Évora, Coimbra, Santarém, Leiria Porto e regressa a Aveiro.

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