10 mai, 2025 - 19:10 • Susana Madureira Martins
“Vamos tentar fazer isto com calma, mas sem demorar muito tempo”, atirou irónico Pedro Nuno Santos à plateia de socialistas que enchia o auditório do Núcleo Empresarial de Bragança (NERBA). O líder do PS começou a discursar meia hora antes do arranque do derby lisboeta Benfica-Sporting e só terminou de falar quando a bola já rolava em campo.
Na plateia do NERBA viam-se vários adeptos de cachecol, sobretudo do Benfica e o portista Pedro Nuno Santos quis despachar o discurso em que se registou pouca ou mesmo novidade nenhuma.
“Não é por mim que sou do Futebol Clube do Porto, é pelos benfiquistas e sportinguistas aqui presentes”, disse o líder do PS, desejando: “Que lhes corra bem, será dia de festa para alguém”.
O PS tinha marcado o comício para as 17H00 deste sábado, mesmo no limite da hora marcada para o Benfica-Sporting no Estádio da Luz. A organização da caravana socialista tinha dado indicações aos três socialistas que discursaram antes de Pedro Nuno Santos para serem breves e falarem apenas cinco minutos, para permitir que os adeptos vissem o jogo, mas todos eles foram passando o estabelecido.
Os discursos da cabeça de lista por Bragança, Júlia Rodrigues, o presidente da federação do PS local, Benjamim Rodrigues e a presidente da Câmara de Mirandela, Isabel Ferreira alongaram-se até às 17h30 e estavam a levar o diretor de campanha Nuno Araújo à beira de um ataque de nervos, que chegou mesmo a pedir que se fizesse sinal a Benjamim Rodrigues para acabar rapidamente de falar, enquanto a música da caravana já tocava como sinal.
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Quando Pedro Nuno Subiu ao palco, respirou-se de alívio e Pedro Nuno Santos entrou na velocidade de cruzeiro, repetindo a mensagem política que vem transmitindo há precisamente uma semana, desde que arrancou o período oficial de campanha.
“18 de maio será não de festa para todos os socialistas, mas para todos os portugueses”, começou por dizer, acusando de imediato o Governo da AD de “desbaratar a oportunidade”. Agora, diz o líder do PS, é a oportunidade para corrigir aquilo que eles não estavam a fazer bem”.
Tal como já tinha feito no comício desta sexta-feira, em Vila Real, Pedro Nuno Santos acenou com o fantasma de uma crise económica a chegar e de um “horizonte de grande incerteza”, com uma guerra comercial e uma guerra “às portas da Europa”. É um cenário internacional que traz “algumas preocupações”, avisa Pedro Nuno.
Daí para as críticas ao governo da AD foi um passo. “Eles não sabem lidar com crises”, dando o exemplo da greve dos trabalhadores da CP: “Chegam sempre tarde”, diz, Pedro Nuno, acenando com o fantasma da austeridade do período da Troika: “Quando chegaram em 2011 quem pagou caro foi o povo e os trabalhadores”.
Mais uma vez, em Bragança, Pedro Nuno Santos a salientar o que considera ser o “perigo” de somar a Iniciativa Liberal à AD, referindo o PS como “o esteio da estabilidade, um porto seguro” do país.
O líder do PS acabou de discursar poucos minutos depois das 18H00, pouco antes de o Sporting marcar 0-1 no estádio da Luz. Os socialistas que estavam na plateia saíram do auditório para assistirem ao jogo transmitido num ecrã gigante instalado à entrada do NERBA. Um deles era o próprio Pedro Nuno Santos que assistiu a boa parte do primeiro tempo de jogo.