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Legislativas 2025

PS radicaliza discurso sobre alianças do PSD com Chega e IL e acena com fantasma de crise económica

10 mai, 2025 - 00:27 • Susana Madureira Martins

Ao longo desta sexta-feira, Pedro Nuno Santos foi alertando sobre os "riscos" e os "perigos" para o país que implicariam uma coligação da AD com a IL. À noite foi a vez de o presidente do partido, Carlos César, aparecer em Vila Real a insinuar que o perigo de uma aliança do PSD com o Chega não está afastado.

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PS radicaliza discurso sobre alianças do PSD com Chega e IL. Foto: José Sena Goulão/Lusa

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O fantasma de uma aliança entre a AD e o Chega está de volta e foi trazido pelo estado maior do PS. O presidente do partido, Carlos César, entrou na campanha no comício de Vila Real e colou o futuro do partido de André Ventura ao do PSD.

"Não é impossível que a direita não precise dele [do Chega] e que seja com ele que a direita a se procure prolongar no poder", começou por sugerir Carlos César num teatro municipal de Vila Real à pinha.

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"Eles vêm da farinha do mesmo saco e, por mais que eles neguem três vezes, não podemos pensar que nos livramos de os ver sentados à mesma ceia, nem que seja sem Montenegro". Implicitamente, o dirigente do PS acena com o "papão" de um PSD a procurar manter-se no poder mesmo sem ganhar as eleições.

Montenegro já disse, por várias vezes, que não aceita formar uma "geringonça" à direita se não ganhar as eleições de 18 de maio, mas Carlos César avisa que "não é impossível" que tal aconteça se o líder do PSD vier a ser outro. Na transição para a segunda semana de campanha, o PS endurece o discurso.

"Pode estar em causa nestas eleições o enfraquecimento do Estado, da Administração e dos poderes públicos", alerta o presidente socialista, que acrescenta: "queremos e podemos e vamos ganhar estas eleições, mas é bom percebermos que Portugal correria um sério risco se tivéssemos um Governo da AD com ou sem Chega ou aliada à IL".

"A AD tem de ficar para trás, porque ela representa um sério risco de maior radicalização na política portuguesa e do enfraquecimento do serviço público e das políticas públicas ativas", acrescentou César.


Fantasma 2.0: A crise económica que está "no horizonte"

O "perigo" de uma radicalização da política à boleia de uma eventual aliança da AD com a IL foi, de resto, uma estratégia que durou toda esta sexta-feira de campanha pelas regiões das Beiras e de Trás-os-Montes. Pedro Nuno Santos falou desse "risco" na Guarda, depois em Chaves e, por fim, no comício de Vila Real.

"A AD coligada com a IL é a coligação radical que vai por em causa o Estado social, vai aproveitar a crise para atacar o Estado social, o SNS, as pensões, a escola pública", avisou o líder socialista.

A "crise económica" e o "clima de profunda incerteza" é o segundo fantasma com que o PS acena agora. "Infelizmente, é isso que nós temos no nosso horizonte", avisa Pedro Nuno, acusando: "Eles não sabem lidar com a adversidade", lembrando o período da troika e o Governo de Pedro Passos Coelho. "Sabemos como gerem as crises", insistiu o líder socialista.

"Quando a AD tem que lidar com uma crise que paga são sempre os mesmos", ou seja, os trabalhadores, diz Pedro Nuno Santos. "Imaginem a AD a fazer face a uma crise económica que está no horizonte acompanhada da IL", desafiou o líder do PS perante a plateia.

Pedro Nuno tenta agora alinhavar a mensagem de que o cenário macroeconómico do PS é "mais cauteloso" e "prepara melhor o país para a incerteza que se avizinha".

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  • Durante 27 anos
    10 mai, 2025 Não fizeram nada. Agora vão fazer tudo 09:59
    Apelos ao medo, gritaria, retórica às bateladas, enfim, as campanhas PS iguais ao que sempre foram. Soluções poucas ou nenhumas, mas em conversa fiada, são imparáveis, até vão fazer agora, tudo o que não fizeram quando lá estiveram durante 27 anos e os últimos 8, seguidos.

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