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Direito de Resposta

16 mai, 2025 - 11:39

Direito de resposta à notícia “Sondagens da Pitagórica favorecem AD em mais de 4 pontos, Chega e PS penalizados”, publicada pela Renascença no dia 15 de maio no sítio digital da Renascença. A publicação do seguinte direito de resposta enquadra-se na Lei da Televisão e Rádio, e realiza-se a pedido da Pitagórica - Investigação e Estudos de Mercado SA.

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Lisboa, 16 de maio de 2025

Esclarecimento Público sobre Peça Jornalística da Rádio Renascença

Na sequência da publicação da peça intitulada “Sondagens da Pitagórica favorecem AD em mais de 4 pontos, Chega e PS penalizados”, a Pitagórica – Investigação e Estudos de Mercado vem esclarecer o seguinte:

1. Título enganador e profundamente injusto

O título da notícia veicula uma acusação implícita de favorecimento, sem qualquer base factual ou indício de intencionalidade, colocando em causa a integridade e independência da Pitagórica. Esta formulação sensacionalista não é compatível com o prestígio e responsabilidade histórica da Rádio Renascença, sendo mais compreensível pela inexperiência do jornalista do que por má-fé editorial — ainda que os efeitos sejam igualmente danosos.

Lamentamos ainda que o jornalista tenha sugerido falta de resposta por parte da Pitagórica, omitindo que a única conversa mantida antes da publicação não incluiu qualquer pedido de relatório. O mesmo só foi solicitado já fora do horário de expediente (20:36).

2. Fundamentação metodológica: voto passado não é critério fiável

A Pitagórica opta, por princípio metodológico, por não ponderar resultados com base no voto passado declarado. Esta decisão é sustentada por vasta literatura académica, nacional e internacional, que alerta para a baixa fiabilidade das memórias eleitorais retrospetivas e o risco de enviesamento ao utilizá-las como critério de calibração.

Autores como Claire Durand et al. (2015) demonstram que os eleitores frequentemente projetam as suas preferências atuais no passado, enquanto estudos de Ben-Michael, Feller & Hartman (2021) defendem modelos de ponderação baseados em variáveis objetivas, como região, idade, sexo ou instrução.

Esta é também a abordagem alinhada com a Lei n.º 10/2000, que não exige nem recomenda a utilização do voto passado como variável de ponderação.

3. Uma entre várias metodologias legítimas

Como reconhece o próprio diretor do CESOP na mesma peça, não existe uma única forma correta de fazer sondagens. O setor baseia-se em metodologias diversas, todas com graus de erro próprios.

De facto, apenas um ou dois institutos em Portugal utilizam o voto passado declarado como critério de ponderação. Os resultados pré-eleitorais desses institutos nas eleições ao longo dos últimos anos são públicos e demonstraram desvios significativos.

A Pitagórica aplica uma metodologia robusta, com amostragem estratificada e recolha por entrevista telefónica (CATI), baseada em variáveis objetivas e estáveis, com total respeito pelas melhores práticas e pelas normas legais em vigor.

Conclusão

Reafirmamos o nosso compromisso com a transparência, rigor técnico e independência metodológica. Recebemos a crítica construtiva como parte do debate democrático, mas rejeitamos categoricamente juízos enviesados ou tentativas de deslegitimar uma metodologia sólida e coerente.

Esperamos que a Rádio Renascença, no futuro, adote os seus habituais padrões de rigor, nomeadamente na formulação de títulos e no cumprimento do contraditório, contribuindo para um debate público mais informado e responsável.

A Administração da Pitagórica

Alexandre Picoto

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