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Mariana Vieira da Silva: "Derrota muito pesada, PS tem de refletir"

18 mai, 2025 - 21:22 • Inês Braga Sampaio

Mariana Vieira da Silva reconhece que "PSD e PS não sabem lidar com o Chega, que tem uma estratégia eleitoral de dizer que sim a todos os aumentos de despesa".

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[Vídeo] Mariana Vieira da Silva: "Derrota muito pesada, PS tem de refletir"
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A ex-ministra da Presidência não esconde que o PS sai vergado destas eleições, de acordo com as primeiras projeções: "É uma derrota muito pesada, não há outra forma de o dizer. O PS tem de se concentrar nos motivos e refletir."

As sondagens à boca das urnas dão vitória a Luís Montenegro, mas não projetam uma maioria absoluta entre AD e Iniciativa Liberal. Livre passa a ser o partido mais votado à esquerda do PS, e o JPP pode entrar na Assembleia da República. Chega disputa segundo lugar com o PS.

Em comentário na Renascença e em "autocrítica", Mariana Vieira da Silva, que também é candidata pelo PS (a número um por Lisboa), admite que os socialistas "legitimaram excessivamente posições do Chega", nomeadamente na imigração, mas "falaram muito pouco de futuro e muito pouco para o eleitorado que quer saber como é que o país pode melhorar".

"A tentativa de aproximação dos temas que possam alimentar o eleitorado do Chega não correu bem, principalmente ao PS, por não ter sido capaz de alimentar um eleitorado que não tem naqueles temas a sua principal preocupação, e o PS falou pouco para esse eleitorado. (...) Faltou-nos outra dimensão do eleitorado. Temos também aqui uma dimensão internacional: a extrema-direita tende a ficar com o eleitorado da esquerda que se sente derrotado pela economia e pela globalização e é essa dinâmica que está a permitir este resultado. São votos de protesto. Se tivesse de escolher apenas um tema, escolheria a habitação", diz.

"Montenegro não ganha exatamente nada em termos de governabilidade"

Mariana Vieira da Silva reforça que "não foi o PS que provocou estas eleições, mesmo que vá ser prejudicado por elas", e assinala que Luís Montenegro "também não tira destas eleições aquilo de que precisava, que era fazer uma maioria absoluta com a IL".

"Montenegro não ganha exatamente nada em termos de governabilidade, quando muito até se deteriora, porque o Chega é um parceiro instável. Ninguém pode dizer que o PSD teve o que queria", vinca.

De qualquer modo, Mariana Vieira da Silva reconhece que "PSD e PS não sabem lidar com o Chega, que tem uma estratégia eleitoral de dizer que sim a todos os aumentos de despesa e sim a todas as diminuições de impostos".

"Mas ninguém pergunta como. Quando são questionados, a resposta é fraquíssima. Esta estratégia de não levar o Chega a sério e não questionar o Chega e as suas propostas não resultou", assinala.

Sobre o futuro de Pedro Nuno Santos, Mariana Vieira da Silva recusa-se a fazer "parte das pessoas que às primeiras horas da noite dizem que estão chocadas ou que é preciso mudar de líder".

"É preciso perceber o que falhou. É preciso esperar pelos resultados finais e ouvir Pedro Nuno Santos. Parece-me claro que o PS tem de fazer uma reflexão e perceber que eleitores perdeu", afirma, lembrando também que há 5% de pessoas que votaram antecipadamente e que não aparecem nestas projeções.

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