19 mai, 2025 - 10:50 • Hugo Monteiro
O eurodeputado socialista Francisco Assis defende que o PS deve "assumir plenamente as suas responsabilidades" e, perante o resultado das eleições legislativas e a subida do Chega, terá de "dar o contributo para a criação do ambiente de estabilidade política em Portugal".
Em entrevista à Renascença, Francisco Assis afirma que "os partidos democráticos, sobretudo os de centro-esquerda e centro-direita, têm a obrigação de estabelecer um diálogo em si", de "retomar a capacidade de dialogar", para garantir entendimentos que evitem que o país ande "de eleições em eleições, todos anos".
"Julgo que não há, neste momento, em Portugal, condições para celebrar um acordo de governo do estilo alemão, só em circunstâncias excecionais é que isso seria viável. Mas o país precisa de estabilidade política e, como tal, é evidente que o Partido Socialista deve dar o seu contributo. Essa é a minha posição e eu vou defendê-la nos órgãos próprios do PS quando estes se reunirem", afirmaAssis.
"Qualquer outra alternativa será fomentar uma aproximação da Aliança Democrática ao Chega", acrescenta.
Mesmo sem um acordo de governação, Francisco Assis defende que PS e coligação PSD/CDS podem chegar a entendimentos de fundo. "Há documentos que são essenciais, como os Orçamentos do Estado, e algumas medidas estruturantes para o país. Por exemplo, na campanha eleitoral falou-se da possibilidade de chegar a um entendimento numa área tão determinante como é a área da Justiça", aponta.
Assis lembra que há outras áreas nas quais "não é possível nem desejável esse entendimento e é bom que continue a haver este confronto democrático entre poder e oposição, mas o PS pode e deve ser um partido de oposição sem que com isso esteja indisponível para alguns entendimentos de fundo com a Aliança Democrática".
"Essa é a única maneira de assegurarmos a estabilidade política e institucional do país nos próximos anos", destaca.
Quando questionado qual o nome ou o perfil de um eventual futuro líder do PS que fosse capaz de fazer essa aproximação, Assis diz ser prematuro falar sobre o tema: "Certamente que os nomes surgirão e na altura própria serão avaliados."