19 mai, 2025 - 00:21 • Inês Braga Sampaio
Foi de voz embargada que Inês Sousa Real, mais uma vez eleita deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza, subiu ao palco, na noite deste domingo, para assumir que os resultados das eleições legislativas ficaram aquém do esperado. Ainda assim, expressou orgulho por se manter no Parlamento, num momento "de tantas ameaças".
"Como porta-voz do PAN e como deputada única, tenho a consciência de que este não é resultado que gostaríamos de ter tido", reconheceu.
Inês Sousa Real agradeceu "o voto de confiança de quem garantiu que a causa animal e ambiental e os direitos das mulheres continuam sentados no Parlamento", numa altura fraturante da política nacional.
"Neste momento de tantas ameaças para o nosso país, de partidos como o Chega, de crescimento de forças populistas e antidemocráticas que são contra os direitos das mulheres e dos animais e até negacionistas das alterações climáticas, o PAN ter-se mantido na Assembleia da República, contra aqueles que anunciavam a sua saída, é sem dúvida muito importante e deve-nos orgulhar", sublinhou.
A porta-voz do PAN, reconduzida pelo círculo eleitoral de Lisboa, admitiu que seria "importante que não estivesse sozinha no Parlamento" e que o partido "reforçasse a sua representatividade" em todo o país.
"O voto útil acabou por prejudicar mais uma vez a pluralidade democrática e tenho consciência de que hoje é um dia triste do ponto de vista democrático para vários partidos, não apenas o PAN", assumiu.
Inês Sousa Real realçou, portanto, que o PAN tem "uma missão muito importante", perante a "ameaça concreta de ver a extrema-direita a querer recuar na proteção dos direitos dos animais e a apoiar uma agenda xenófoba de discriminação e de não inclusão".
"O PAN estará nas ruas ao lado das pessoas, no Parlamento, a lutar para que as nossas causas não fiquem para trás. Neste momento tão delicado para a Democracia, é importante que a nossa voz não se apague. Vamos continuar a trabalhar e a lutar", afiançou a porta-voz.