19 mai, 2025 - 00:01 • Ricardo Vieira
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O secretário-geral do PS anunciou que vai deixar a liderança do partido após a pesada derrota nas eleições legislativas deste domingo.
O PS tem agora os mesmos deputados do que o Chega e Pedro Nuno Santos não garante que vá ocupar o cargo de parlamentar na nova legislatura.
"Assumo as minhas responsabilidades como líder do partido, como sempre fiz no passado. Vou pedir eleições internas à comissão nacional e não serei candidato", declarou Pedro Nuno Santos, num discurso no quartel-general do PS, em Lisboa.
O líder socialista citou, depois, o fundador do PS, Mário Soares: "Só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve".
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Pedro Nuno Santos diz que vai deixar a liderança do PS o mais depressa possível - a comissão nacional está marcada para o próximo sábado. "Não quero ser um estorvo ao partido nas decisões que tiver que tomar, sem estar condicionado pela minha liderança", sublinhou.
O líder demissionário socialista acredita que honrou a história do partido fundador da democracia portuguesa durante o período de um ano e cinco meses desde que está aos comandos do PS.
Pedro Nuno Santos admite que "são tempos duros e difíceis para a esquerda e para o PS" e procurou explicações para a derrota deste domingo.
Defende que as legislativas deste domingo "premiaram" AD e Chega, “os partidos que provocaram a instabilidade” e o Partido Socialista, que garantiu a estabilidade no último ano, "foi penalizado".
No discurso de derrota, Pedro Nuno Santos deixa alguns conselhos ao próximo líder e defende que "o PS não deve dar suporte" a um novo Governo de direita liderado pela AD, porque "Luís Montenegro não tem a idoneidade necessária para o cargo de primeiro-ministro e as eleições não alteraram essa realidade".
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Luís Montenegro também "lidera um Governo que falhou a vários níveis" e "apresentou programa que vai contra valores e princípios do PS", sublinha.
Na hora da despedida, Pedro Nuno Santos acredita que o PS "vai recuperar a prazo" deste desaire", mas deve "afirmar-se como alternativa política", porque "a alternativa à AD não pode ser o Chega".
Questionado se deve haver uma comissão de inquérito ao caso da empresa familiar de Montenegro, a Spinumviva, Pedro Nuno Santos afirma “as razões mantêm-se intocáveis infelizmente para todos nós”, mas será o próximo líder do PS a decidir.
Sobre as eleições autárquicas do outono, Pedro Nuno Santos defende que o PS escolheu “grandes candidatos” e acredita na vitória.
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“Fizemos grandes escolhas para as autarquias, temos grandes escolhas, as pessoas distinguem atos eleitorais, vão fazer juízo sobre o presidente de câmara e a pessoa que se candidata. Tenho muita confiança nos candidatos do PS e acredito que vamos ganhar a maioria das câmaras”, declarou.
A AD venceu as eleições legislativas deste domingo. Elegeu 89 deputados (86 na coligação AD e 3 na coligação com PPM nos Açores).
PS e Chega elegeram 58 deputados cada, Iniciativa Liberal (IL) conseguiu 9 mandatos, o Livre obteve 6 mandatos, a CDU elegeu 3.
Bloco de Esquerda e JPP conseguiram eleger um deputado, cada.
Nos próximos dias serão contados os votos para eleger os quatro mandatos dos círculos da emigração.