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Leão pede “foco” nas autárquicas e aconselha PS a desligar-se da corrente da “esquerda wokista”

20 mai, 2025 - 15:15 • Susana Madureira Martins

Autarca de Loures e dirigente socialista está contra eleições diretas no PS antes das autárquicas e desafia Alexandra Leitão a focar-se “naquele o que é o seu objetivo”, ou seja, a corrida à câmara de Lisboa. Leão alerta ainda o partido que “a nível nacional, de secretariado nacional, tem de se rodear mais dos autarcas, porque são aqueles que conhecem bem e sentem bem no pulso o que é que as pessoas dizem no dia-a-dia”.

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Com o PS em colapso, após a derrota eleitoral de domingo, Ricardo Leão, dirigente socialista e autarca de Loures, mostra-se frontalmente contra a proposta de realizar eleições diretas para a escolha do novo líder do partido antes das autárquicas do outono, que será discutida na Comissão Nacional de sábado.

O presidente da câmara de Loures, um dos dois únicos concelhos a par da Amadora onde o PS venceu no distrito de Lisboa, nas legislativas de domingo, pede “foco” ao partido nas autárquicas e avisa que a eleição para o secretário-geral “vai desmobilizar” o partido para a preparação das eleições de outono.

Leão diz que já fez saber isto mesmo a José Luís Carneiro, até agora o único candidato à liderança do PS, garantindo em declarações à Renascença que esta é a opinião de grande parte dos autarcas do partido, que já viram as campanhas no terreno interrompidas pelas legislativas.

“Todo o processo devia ser feito a seguir as eleições autárquicas, até porque é importante ver os resultados de muitos dos candidatos a presidentes de câmara”, defende o dirigente socialista, que lamenta a opção de Pedro Nuno Santos de não ter incluído autarcas no núcleo duro de direção.

É, também por isso, que Leão defende eleições internas para depois das autárquicas. “Vai haver um conjunto de novos presidentes de câmara, de uma conjuntura diferente, que era importante também terem um papel decisório nas escolhas, quer do próximo secretário-geral, quer do congresso, quer da lista da Comissão Política Nacional, quer da Comissão Nacional”, defende o autarca.

Mais direto ainda, Leão alerta o partido que “a nível nacional, de secretariado nacional, tem que se rodear mais dos autarcas, porque são aqueles que conhecem bem e sentem bem no pulso o que é que as pessoas dizem no dia-a-dia”.

Com a ala de Pedro Nuno Santos, conotada com a ala esquerda do PS, arredada do poder interno, o autarca de Loures pede que o partido não caia “no erro, e digo com toda a frontalidade, de continuarmos a ter aqui uma corrente no PS, os chamados wokistas, muito ligada à esquerda, que defendem um conjunto de coisas que não é isso que a população está à espera do PS”.

Leão considera que os votos perdidos do PS foram diretos para o Chega. “É voto do PS e o PS tem que se recentrar, tem que ir ao encontro dos problemas das pessoas e não foi isso que aconteceu, infelizmente não foi isso que aconteceu, lamenta-se Leão.

Antigo presidente da federação do PS de Lisboa, de onde se demitiu, após uma polémica em torno dos despejos de casas municipais em que foi criticado, por exemplo, pela líder parlamentar Alexandra Leitão, o autarca de Loures aconselha agora a dirigente socialista a “focar-se” também nas autárquicas.

Na noite eleitoral de domingo, a líder parlamentar socialista não quis responder na CNN se é candidata à liderança, referindo que é candidata à câmara e é nisso que quer concentrar-se. Para além disso, Alexandra Leitão enviou nessa noite mensagens a um grupo restrito do PS de Lisboa que muitos entenderam como um posicionamento da dirigente socialista perante o abandono de Pedro Nuno da liderança.

Leão deixa por isso o conselho: “É importante que a Alexandra Leitão se foque naquilo que é o seu objetivo, que é as eleições autárquicas de Lisboa”, acrescentando que, para a candidata a disputar a câmara a Carlos Moedas, “era importante ter tempo agora para ir para a rua, defender os seus valores e defender o que defende para o concelho de Lisboa”.

Aliás, o autarca de Loures associa Leitão à campanha derrotada de Pedro Nuno Santos, referindo que “interveio em todos os comícios, pelo menos aqui no distrito de Lisboa e, portanto, era importante que agora todos os candidatos, inclusive eu, tivessem esse foco só autárquico e depois falamos”.

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