20 mai, 2025 - 18:51 • Tomás Anjinho Chagas , Susana Madureira Martins , Diogo Camilo
Depois de cerca de 40 minutos de reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, André Ventura falou aos jornalistas para prometer que o Chega será um “farol de estabilidade”, mas que o líder da oposição (que deverá ser o seu partido com os resultados da emigração) "deve escrutinar e apresentar alternativa ao Governo".
"Todos os dados indicam que o Chega terá essa vitória fora do território nacional, mas esses dados só se confirmarão no dia 28 de maio", começou por dizer André Ventura, agradecendo antes a Marcelo pela "preocupação durante os internamentos e crise de saúde durante a campanha eleitoral".
Falando sobre cenários de governação, Ventura disse que o Chega "assumirá o seu papel de liderança da oposição em Portugal e de liderança de uma alternativa de Governo".
Referindo que “há linhas que separam” o Chega da AD e PS, como a luta contra a corrupção e subsidiodependência, Ventura refere que o Chega compreende o momento e a fragmentação de poder e que será um partido “responsável”, nos momentos em que é preciso dar estabilidade ao país.
"O país não precisa de mais eleições. O país não quer mais eleições. O país precisa de um rumo, precisa de uma ordem”, mas, aponta Ventura, deve ser uma ordem e caminho que seja de combate à corrupção e de “mudança real” no país.
Ventura indicou também que, "apesar do mar de diferenças" para a AD e PS, o Chega será “farol de estabilidade” e refere que o líder da oposição "deve escrutinar e apresentar alternativa ao Governo", ao contrário do último ano, em que "a AD optou por governar com o Partido Socialista".
O ainda líder do PS, Pedro Nuno Santos, foi ao Palácio de Belém fazer uma despedida institucional do Presidente da República. Esta terça-feira à tarde, teve uma reunião de menos de 20 minutos com o Chefe de Estado, e no final desejou estabilidade política para o país.
"Desejo que a situação política em Portugal se estabilize rapidamente e que o país possa fazer o seu caminho superando os problemas que ainda temos", afirmou aos jornalistas à saída do Palácio de Belém.
Numa curta declaração, Pedro Nuno Santos não se pronunciou sobre a possível posição do PS em relação ao provável governo liderado pela AD, que não terá maioria absoluta no Parlamento. O líder do PS - que está de saída no próximo sábado - aproveitou o momento para vincar as boas relações que manteve com Marcelo Rebelo de Sousa.
"Uma reunião, da minha parte, de despedida, muito importante para nós. Prezei sempre boas relações institucionais com o presidente da República", garante Pedro Nuno Santos, que fala numa relação que remonta aos tempos em que era secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
Ao que a Renascença apurou, o PS não deu qualquer garantia de viabilização do Governo ou de um futuro Orçamento do Estado, uma vez que na próxima semana vai haver uma nova reunião e Pedro Nuno Santos já deve estar fora de cena.
O líder do PSD e atual primeiro-ministro assegura que a reunião desta terça-feira, com Marcelo Rebelo de Sousa, correu de forma "normal" e não prestou mais declarações aos jornalistas, depois de desejar "boa tarde e bom trabalho".
Luís Montenegro foi o primeiro a ser recebido pelo Presidente da República, audiências que acontecem sempre antes de Marcelo Rebelo de Sousa indigitar o primeiro-ministro.
Na comitiva do PSD, além de Luís Montenegro, estavam Hugo Soares, líder parlamentar, Leonor Beleza e Inês Palma Ramalho, vice-presidentes do PSD.
Ainda esta tarde, às 17h, o Chega é recebido por Marcelo Rebelo de Sousa.
[artigo atualizado às 18h51]