21 mai, 2025 - 22:18 • Ricardo Vieira, com Lusa
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O líder do Chega mostra-se disponível a uma revisão da Constituição, agora que a direita tem uma maioria de dois terços dos deputados na Assembleia da República. A instituição da prisão perpétua em Portugal é uma das bandeiras de André Ventura.
Em declarações à SIC Notícias, André Ventura disse esta quarta-feira que pode ser uma oportunidade histórica para a direita alterar a Constituição.
A Iniciativa Liberal anunciou que vai avançar com um processo de revisão constitucional na nova legislatura. Rui Rocha avançou a notícia após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência das eleições legislativas de domingo.
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O presidente da IL quer alterar "o papel central d(...)
“[Maioria de dois terços] É histórico. Só não avançamos se não quisermos, sobretudo com reformas estruturantes nas várias áreas”, declarou o presidente do Chega.
André Ventura considera que o combate ao crime, nomeadamente a introdução da prisão perpétua, é uma das suas prioridades.
“[Revisão constitucional] Numa área em que temos trabalhado muito, que é quem comete crimes graves, quem comete crimes violentos, poder existir em Portugal prisão perpétua”, defende o líder do Chega.
O presidente do Chega admite avançar com uma comissão parlamentar de inquérito ao caso da Spinumviva se o primeiro-ministro não der mais esclarecimentos, alegando que permanecem dúvidas "graves e insustentáveis".
"Vamos avaliar essa situação [comissão de inquérito à Spinumviva]. Continua a haver dúvidas sobre o primeiro-ministro, que são graves e insustentáveis do ponto de vista político", disse André Ventura em entrevista à SIC transmitida no Jornal da Noite de hoje
Ventura considerou que Luís Montenegro "tem de dizer se quer dar esclarecimentos ou não" sobre o caso da sua antiga empresa, a Spinumviva, que passou aos seus filhos e que suscitou a polémica que conduziu à queda do Governo e às eleições antecipadas.
Para alterar a lei fundamental é necessária uma ma(...)
"Nós queremos estabilidade e vamos ser farol de estabilidade, mas não nos peçam para sermos farol de estabilidade à custa da luta contra a corrupção ou da integridade. Está nas mãos do primeiro-ministro dar esse esclarecimento", declarou.
Na entrevista, feita nos corredores do parlamento, voltou a afirmar que o Chega irá ter um "governo-sombra pronto para governar Portugal" constituído por "uma grande parte" de nomes de fora do partido.
Segundo o líder do Chega, isso "não é antever uma crise política", mas apenas ter um primeiro-ministro e uma equipa pronta para governar o país, quando e se for necessário.
Há convicções e ideias para além da retórica de An(...)
Ventura justificou depois o recurso maioritário a figuras de fora do partido: "Os partidos devem ser forças de transformação, mas nós somos contra os 'jobs for the boys', somos contra o tacho pelo cartão partidário".
Questionado sobre a estabilidade política nos próximos quatro anos, respondeu: "o normal é a legislatura durar o tempo todo, é o que nós queremos, é o que o país deseja, mas se não acontecer quero dizer às pessoas que me sinto pronto para governar".
Sobre a moção de rejeição do programa do governo apresentada pelo PCP, o líder do Chega escusou-se a revelar como vai votar o seu partido, mas prometeu "agir com responsabilidade". "Mas vamos ser muito firmes na luta contra a corrupção e a subsidiodependência", acrescentou.