21 mai, 2025 - 12:55 • Filipa Ribeiro
A Iniciativa Liberal (IL) vai avançar com um projeto para a revisão da Constituição na nova legislatura, anunciou esta quarta-feira Rui Rocha, no final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente da IL diz que o partido quer "uma sociedade mais livre". Sem concretizar, afirma que a ser revisto estará, por exemplo, "o papel central do Estado na economia".
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A intenção foi confirmada no final de uma reunião de cerca de uma hora entre liberais e o Presidente da República, no Palácio de Belém.
Aos jornalistas, Rui Rocha recorda que já houve o desejo de revisão constitucional noutras legislaturas. Em 2022, o processo chegou a ser iniciado pelo partido Chega, mas a discussão não avançou com a interrupção da legislatura em 2023.
Após as eleições legislativas do último domingo, a composição do Parlamento sofreu um alteração e uma revisão constitucional - com os necessários dois terços dos votos - pode ser realizada à direita, sem o acordo do PS. Mas também pode avançar com os votos da AD, PS e IL, por exemplo.
O presidente da Iniciativa Liberal confirma que ainda "não falou sobre o assunto" com nenhum dos partidos à direita. "Os partidos necessários são aqueles que quiserem apresentar no processo e, segundo as propostas, votar favoravelmente ou desfavoravelmente", defende.
Rui Rocha diz que a proposta da IL está centrada "em mais liberdade e menos Estado".
A intenção dos liberais estava já manifestada no programa eleitoral. Já no início da campanha, Rui Rocha assumiu que queria acabar com "o socialismo na Constituição".
O presidente da Iniciativa Liberal garante que ainda não foi contactado, nem contactou a AD ou Luís Montenegro. "Não houve nenhuma conversa, nem faz sentido que haja. Estamos concentrados no regresso à Assembleia da República e imagino que o primeiro-ministro está ocupado a preparar o programa do Governo. Não há necessidade de reuniões especiais, neste momento", diz.
Quando à viabilização do programa do Governo, Rui Rocha diz que será "responsável" e não se compromete com um voto a favor, abstenção ou contra. O liberal defende que, "como ainda não conhece o Governo, nem o programa" não se vai "vincular a uma posição".
Rui Rocha diz que o partido "vai aguardar" e depois "analisar". No entanto, realça que a IL reconhece que a AD "teve uma vitória eleitoral" e que, por isso, os liberais vão ser "responsáveis quanto a isso".
O presidente da IL sublinha que "não fará o que o PCP fez" ao adiantar desde já com uma moção de rejeição. Sobre a moção dos comunistas, Rui Rocha não quis dar relevância, considerando que se trata de "um perfeito disparate".