21 mai, 2025 - 19:40 • Filipa Ribeiro
O co-porta voz do Livre, Rui Tavares, considera que rever a Constituição com a composição do novo Parlamento eleito é "atirar gasolina para o fogo". O deputado lembra que com os novos deputados eleitos "é possível fazer uma maioria constitucional apenas com a direita e a extrema-direita, ao contrário de qualquer revisão constitucional já feita com forças de centro-direita e centro-esquerda".
Depois de ter estado reunido durante uma hora com o Presidente da República, Rui Tavares, acompanhado por mais três deputados do partido, defendeu que "seria importante que Luís Montenegro desse sinais de que esta legislatura não é uma legislatura para se fazer revisões constitucionais".
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O responsável do Livre recorda que no ultimo projeto de revisão constitucional apresentado pela IL, em 2023, o partido de Rui Rocha defendida que "o serviço público de rádio e televisão" deixasse de estar "constitucionalmente protegido". "Já sabia que a Iniciativa Liberal gosta de motosserras, agora sabemos que também gosta de mandar gasolina para o fogo", disse sobre o anúncio de Rui Rocha de que a IL vai avançar com um projeto de revisão constitucional.
O presidente da IL quer alterar "o papel central d(...)
Noutro plano, no final da reunião com o chefe de Estado, Rui Tavares deixou um alerta à esquerda. O co-porta voz do Livre realça que a "reflexão (da esquerda) deve ser grande mas não pode ser longa", uma vez que se aproximam as eleições autárquicas.
Rui Tavares avisa que, em setembro, "o país pode acordar numa bela manhã de segunda-feira com o quadro político completamente mudado" com a vitória da extrema-direita em vários concelhos. O representante do Livre recorda que o partido Chega venceu em várias autarquias nestas legislativas principalmente no sul do país.
O co-porta voz do Livre não quis "definir as fórmulas finais" da reflexão da esquerda nem clarificar se o ideal é avançar em coligação para as eleições autárquicas, mas defendeu que a reflexão da esquerda "tem de chegar a bom porto". "Às vezes, a direita é pragmática demais, mas caso a esquerda não seja pragmática de todo, numa bela manhã de setembro acordamos com o mapa político mudado de uma forma que será irreversível em décadas", defendeu.
Continuando sem afirmar se quer ou não a coligação à esquerda, Rui Tavares lembra a solução encontrada em França - em que os partidos de esquerda se uniram numa frente política.
O dirigente do Livre realça que, "com os calendários atuais, a reflexão da esquerda tem que acontecer até julho, porque as listas têm que estar fechadas até essa altura" para as eleições de setembro. "O mapa que saiu do último domingo é alarmante e as pessoas quando ouvem o alarme têm que acordar", avisa.