23 mai, 2025 - 18:38 • Manuela Pires
O deputado do Juntos pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, garantiu esta sexta-feira ao Presidente da República que vai estar no Parlamento de “coração aberto” para resolver os problemas do país.
À saída da audiência, no Palácio de Belém, Filipe Sousa criticou a decisão do PCP de apresentar uma moção de rejeição ao programa de Governo.
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“Eu acho que é um tiro no pé, portanto, nós estamos aqui com o coração aberto para resolver problemas que afligem as diferentes ilhas que assolam este país”, referiu aos jornalistas o deputado do JPP, partido com base na Madeira que conquistou pela primeira vez um lugar na Assembleia da República.
Filipe Sousa, que até agora apenas exerceu cargos autárquicos - foi presidente da Junta de Freguesia da Gaula e, depois, presidente da Câmara de Santa Cruz -, garantiu que não vai criar obstáculos a quem vai governar, mas “sim criar pontes de diálogo e de tolerância”.
Questionado pela Renascença sobre o processo de revisão constitucional, Filipe Sousa defende a extinção do cargo de representante da República, a quem chama “o polícia da região autónoma”.
“Nós defendemos na campanha o reforço dos poderes autonómicos que passava, precisamente, pela extinção dos polícias, que são os representantes das regiões autónomas”, declarou.
“Se essa revisão da Constituição da República vai resolver os problemas do país, eu acho que não. Poderá ser um tema que nós iremos trabalhar, não o nego, mas eu acho que acima de tudo a nossa prioridade é tentar dar voz àquelas ilhas que que há pouco falei”, disse Filipe Sousa, referindo-se aos jovens que não conseguem habitação, à classe média e à dificuldade no acesso à saúde.
O novo deputado eleito garantiu que vai trabalhar no Parlamento para dar resposta a todos os problemas e elegeu como prioridade a produção de vinho do Douro e uma visita aos produtores no Peso da Régua.
“Logo após a tomada de posse na República, na primeira quinzena de junho, ou no final de junho, visitar o Peso da Régua e dar voz a uma ilha que eu ainda não tinha pensado e que certamente irei ouvir os problemas e tentar encontrar aqui soluções. Se o vinho morre na parreira e se o país aceita a importação de água ardente de Espanha para o fabrico do vinho português, algo está mal”, adiantou o deputado eleito pela Madeira.
O Juntos pelo Povo nasceu na freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz em 2008, de um grupo de cidadãos.
Nas últimas eleições regionais na Madeira, em março, foi a segunda força política com mais votos e ultrapassou o Partido Socialista.
Nas eleições legislativas de 18 de maio elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República.