10 jun, 2025 - 11:30 • Susana Madureira Martins
O general e antigo chefe de Estado António Ramalho Eanes foi condecorado esta terça-feira pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o grande colar da Ordem Militar de Avis, durante a cerimónia militar do 10 de junho que está a decorrer na cidade algarvia de Lagos.
Trata-se da primeira vez que a condecoração com o grande colar da Ordem de Avis é atribuída e destina-se a premiar altos serviços militares, sendo exclusivamente reservada a oficiais das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana, bem como a unidades, órgãos estabelecimentos e corpos militares.
A condecoração ao ex-Presidente da República será imposta por Marcelo Rebelo de Sousa logo após o discurso que o atual chefe de Estado irá proferir em Lagos, onde está presente o primeiro-ministro, Luís Montenegro, diversos líderes partidários e os chefes de todos os ramos das Forças Armadas.
Segundo a página online das Ordens Honoríficas, para o grande colar da Ordem Militar de Avis ser atribuído é necessário que o condecorado tenha prestado, "pelo menos" sete anos de serviço a contar da data da graduação ou promoção a oficial, ter tido, durante a carreira militar, revelado "elevados atributos morais e profissionais, manifestados através de uma irrepreensível conduta, reconhecidas qualidades cívicas e virtudes militares".
É ainda condição para a imposição do grande colar da Ordem de Avis que o condecorado tenha prestado serviços "altamente meritórios, reconhecidamente relevantes e distintos" e que tenham contribuído para o "prestígio militar" das Forças Armadas ou da Guarda Nacional Republicana, "com especial relevância para os serviços prestados em campanha com risco de vida".
Já esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas em Lagos, Marcelo Rebelo de Sousa falou do legado dos diversos Presidentes da República que o antecederam, referindo-se a Ramalho Eanes como o chefe de Estado que teve uma "missão que só ele podia cumprir, a passagem da revolução para a democracia civil partidária".