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Vice-presidente da Câmara do Porto acusa ex-chefe de gabinete de Rui Moreira de agressão

13 jun, 2025 - 11:03 • Daniela Espírito Santo

Incidente terá acontecido esta madrugada no festival Primavera Sound. Vasco Ribeiro nega "agressão gratuita" e fala em "discussão acalorada", Pedro Duarte diz que atitude é "indefensável" e confirma que diretor de comunicação apresentou a demissão.

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O vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, terá sido agredido esta madrugada na tenda VIP do festival Primavera Sound, que decorre até domingo no Parque da Cidade, no Porto. Como resultado da alegada agressão a PSP foi mesmo chamada ao local e tomou conta da ocorrência.

O também candidato independente à liderança da autarquia afirma ter sido agredido pelo antigo chefe de gabinete de Rui Moreira, Vasco Ribeiro, que assegurava a comunicação da candidatura de Pedro Duarte, do PSD, à mesma câmara municipal. Em comunicado, Filipe Araújo admite que "vai apresentar queixa" por "ofensas à integridade física".

O incidente terá tido lugar por volta da uma da manhã, altura em que os dois iniciaram uma discussão que culminou com um murro e o arremesso de um copo, relatou inicialmente o Jornal de Notícias. A informação é corroborada pela candidatura de Filipe Araújo, em comunicado. O Movimento independente Fazer à Porto assegura que, "entre concertos", o seu candidato foi "vítima de agressões físicas por parte de Vasco Ribeiro".

"Quando se recorre à agressão é porque já se perdeu a razão"

"Durante o evento, Vasco Ribeiro aproximou-se de Filipe Araújo, iniciando uma conversa. De forma súbita e violenta, agarrou o candidato e desferiu-lhe um murro no rosto, seguido do lançamento de um copo", diz.

De acordo com a missiva, Filipe Araújo terá sofrido "escoriações na cara" como resultado da agressão.

Em resposta ao sucedido, o candidato diz que, em 12 anos de trabalho no Porto, "nunca tinha assistido a tal comportamento", mas garante que não se deixará "condicionar por nada nem ninguém". "Continuarei de pé", assume, garantindo que o Porto, câmara a que se candidata, "é liberdade, é debate, é respeito". "E nunca será palco de quem quer ganhar à força e pela força", acrescenta.

"A política serve para unir, não para atacar. Faz-se com ideias, não com murros. Respeita-se quem pensa diferente, não se intimida. Quando se recorre à agressão é porque já se perdeu a razão", remata a candidatura de Filipe Araújo.

Vasco Ribeiro nega acusação mas apresenta demissão

A Renascença contactou Vasco Ribeiro por email, mas ainda não obteve resposta. No entretanto, Vasco Ribeiro utilizou o seu Facebook para negar a acusação de "agressão gratuita", assegurando que se tratou de um episódio de "insultos e empurrões de parte a parte", fruto de uma "discussão acalorada". O diretor de comunicação admite que também vai apresentar queixa por agressão.

"Nego e repudio categoricamente a acusação que me é feita de agressão gratuita ao engenheiro Filipe Araújo. O que ocorreu na noite anterior, e do qual não me orgulho, foi uma discussão acalorada em torno de um antigo assunto relacionado com a minha saída da Câmara Municipal do Porto, que degenerou em insultos e empurrões de parte a parte".

"Embora este episódio nada tenha a ver com a candidatura do engenheiro Filipe Araújo e do dr. Pedro Duarte, entendi, por sentido de responsabilidade, apresentar a minha demissão da direção de campanha".

Para o ex-chefe de gabinete de Rui Moreira, tudo não passa de "uma vil tentativa de arrastar para a política aquilo que não é da política". Antes, Vasco Ribeiro já tinha confirmado a demissão ao semanário Expresso. Ao jornal, o diretor de comunicação não desmentiu a existência de confrontos, mas repete que "houve insultos e empurrões de parte a parte", num episódio que "nada teve a ver com assuntos de candidatura autárquica". "Tem a ver com um episódio entre os dois que remonta ao momento em que deixei a Câmara do Porto", terá dito Vasco Ribeiro ao Expresso, acusando Filipe Araújo de estar a "tentar vitimizar-se".

Pedro Duarte. Atitude é "indefensável"

Em comunicado, Pedro Duarte também já reagiu ao sucedido, repudiando, "de forma clara e inequívoca" qualquer "forma de violência, física ou verbal, no espaço público ou privado".

"A atitude do diretor de comunicação da minha campanha, Vasco Ribeiro, é indefensável e não reflete, de forma alguma, os valores que defendo nem a postura que quero para esta candidatura e sobretudo para a cidade. A violência nunca será uma forma legítima de resolver qualquer tipo de divergência", diz Pedro Duarte, confirmando a demissão apresentada por Vasco Ribeiro.

"A sua saída foi aceite", acrescenta, assegurando que, "com este gesto", consideram "o assunto encerrado, com a devida seriedade e responsabilidade que a situação exige".

"A nossa candidatura continuará o seu caminho com serenidade, respeito e com o foco absoluto na construção de um Porto mais justo, mais próximo e mais forte", finaliza.

Pizarro fala em "agressão cobarde" e garante repudiar "totalmente a violência"

Manuel Pizarro, candidato do PS à mesma autarquia, já reagiu ao caso nas redes sociais, condenando "em absoluto" a "agressão cobarde" a Filipe Araújo por "parte de um destacado dirigente da candidatura do PSD".

"Repudio totalmente a violência, que é ainda mais incompreensível e condenável em contexto político", acrescenta, pedindo para que "o ódio e a agressão física" não "contaminem o saudável debate político na cidade do Porto".

"Continuarei a fazer campanha com alegria, tranquilidade e elevação. Usarei de todos os meios e de todas as minhas forças para combater esta forma básica e grosseira de estar na política", termina.

[Notícia atualizada às 13h10 de 13 de junho de 2025 para acrescentar comunicado de Pedro Duarte]

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