30 ago, 2025 - 10:52 • Lusa
O candidato autárquico do PSD/CDS-PP/IL a Gaia, Luís Filipe Menezes, denunciou esta sexta-feira "medições e levantamentos topográficos" para a linha de alta velocidade sem consulta ao futuro executivo, considerando-o um desrespeito e falta de bom senso.
"No âmbito do desenvolvimento do projeto do TGV, e em total desrespeito pela lógica democrática e pelo bom senso, foram reiniciadas medições e levantamentos topográficos em várias freguesias do concelho de Gaia tudo isto sem qualquer consulta ao futuro executivo da câmara municipal, o que seria impossível antes das eleições de 12 de outubro", denuncia Luís Filipe Menezes numa declaração enviada à Lusa.
Para o candidato da coligação Gaia Sempre na Frente (PSD/CDS-PP/IL), "este tipo de atuação é inaceitável, sobretudo em pleno período pré-eleitoral", cujo "único resultado é alarmar cidadãos que merecem respeito, ignorando os órgãos políticos legitimamente eleitos e o princípio básico da representação democrática".
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Infraestruturas de Portugal prevê serem necessário(...)
"Por isso, exigimos desde já às autoridades políticas nacionais que ordenem a imediata suspensão destes atos abusivos e irresponsáveis", declara Luís Filipe Menezes, que foi presidente da Câmara de Gaia entre 1997 e 2013.
O novamente candidato à presidência da Câmara assegura que "nenhuma intervenção avançará no terreno sem negociações abertas, transparentes e frontais com a futura câmara municipal, a assembleia municipal, as juntas de freguesia envolvidas e os representantes das populações afetadas".
Tal debate, segundo o candidato, deverá abordar "a localização da futura estação do TGV em Gaia" e "o traçado urbano desde Espinho até à travessia do concelho", pois para Menezes "Gaia merece respeito e equilíbrio na forma como é integrada neste projeto nacional", em especial "a população residente nas freguesias de Vilar do Paraíso, Canelas, Perosinho, Serzedo e Grijó".
"Além disso, exigimos a rápida eliminação dos constrangimentos administrativos que hoje limitam injustamente o desenvolvimento urbanístico do nosso concelho", criticando ainda "imposições autoritárias que travam o seu progresso".
O candidato do PS à Câmara de Gaia, João Paulo Correia, disse à Lusa em 5 de agosto que o consórcio Avan Norte, que vai construir a linha de alta velocidade, quer fazer 135 demolições no município.
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Consórcio vencedor da concessão para construir o t(...)
A primeira concessão da alta velocidade ferroviária, cujo contrato foi assinado em 29 de julho, prevê uma nova estação em Santo Ovídio, Vila Nova de Gaia, segundo comunicado do Banco Europeu de Investimento (BEI) e da Infraestruturas de Portugal (IP).
Porém, em abril, o consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto), a quem foi adjudicado o projeto, apresentou à Câmara de Gaia uma solução alternativa (não excludente da original), com alterações no traçado, a construção de duas pontes em vez de uma sobre o rio Douro e a estação de Gaia em Vilar do Paraíso em vez de Santo Ovídio.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil, que participa em 45% no consórcio, deu conta de ter assinado o contrato de adjudicação da concessão por 30 anos da primeira fase do projeto da linha ferroviária de alta velocidade, mas sem especificar em que zona de Vila Nova de Gaia ficará a nova estação e referindo duas travessias sobre o rio Douro.
A linha de alta velocidade deverá ligar Porto e Lisboa numa hora e 15 minutos em 2032, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.
Na corrida à Câmara de Vila Nova de Gaia estão as candidaturas de André Araújo (CDU -- coligação PCP/PEV), João Paulo Correia (PS), Luís Filipe Menezes (PSD/CDS-PP/IL), Daniel Gaio (Volt), João Martins (BE/Livre), Rui Sequeira (ADN), António Barbosa (Chega) e Catarina Costa (Partido Liberal Social).
O executivo municipal é composto por 11 vereadores, tendo o PS nove e o PSD dois. O PS também lidera a Assembleia Municipal com maioria.
As eleições autárquicas realizam-se em 12 de outubro.