05 set, 2025 - 20:12 • Cristina Nascimento
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, pede coerência a Carlos Moedas e desafia-o sair da liderança da Câmara Municipal de Lisboa. , na sequência do desastre no Elevador da Glória, que provocou 16 mortos e mais de 20 feridos.
Na abertura da Festa do Avante, o líder comunista reafirmou solidariedade para com as vítimas do acidente no Elevador da Glória e apelou à necessidade de se “tirar todas as conclusões e ilações técnicas e políticas”.
Questionado sobre se considera que Moedas tem condições para continuar à frente da autarquia, Raimundo disse que “há que ser coerente e essa é uma pergunta que devolvo a Carlos Moedas, se ele acha mesmo que, face aquilo que afirmou em outros momentos, por um lado, e face à responsabilidade que tem, se ele acha que tem condições para continuar com as responsabilidades que tem”.
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Paulo Raimundo foi também questionado sobre se o PCP equacionou cancelar a Festa do Avante. O líder do partido recusou essa ideia, alegando que a iniciativa do PCP está “ligada à vida”.
“Nós temos mais de 50 debates nesta Festa. Vai discutir muita coisa da vida das pessoas. Se nós quiséssemos ser demagogos e hipócritas, se calhar teríamos tido a atitude que outros tiveram. Ora, nós não somos nem demagogos nem hipócritas. A vida aqui está a correr para criar as condições também para que acidentes como aqueles que ocorreram na quarta-feira não voltem a acontecer”, argumentou.
Noutro plano, Paulo Raimundo abordou ainda o tema das negociações para o Orçamento do Estado para 2026.
O líder do PCP criticou PS e Chega por “andarem às cotoveladas” para fazer passar o documento.
“Nós assistimos na praça pública às cotoveladas entre o Chega e o PS para ver quem é que qual é aquele que ainda é mais cúmplice e qual é o que vai ser o par da noiva no Orçamento do Estado”, critica.
Raimundo considera que, perante este cenário, o primeiro-ministro “está descansado e tem razões para estar descansado”.
“Quem não tem razões para estar descansado são vocês, somos nós, são aqueles que trabalham, os reformados, os jovens… Esses não têm razão nenhuma para estar descansados”, remata.
A Festa do Avante é o momento de reentrada política do partido. Prolonga-se até domingo, na Quinta da Atalaia, no Seixal.