15 set, 2025 - 07:35 • Carla Fino , Olímpia Mairos
O PCP apresenta esta segunda-feira no Parlamento três projetos de lei para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), num contexto de dificuldades e falta de meios.
Em entrevista à Renascença, a deputada Paula Santos explica que os objetivos da iniciava passam por reforçar meios, melhorar a organização e a gestão pública do Serviço Nacional de Saúde.
Já segue a Informação da Renascença
no WhatsApp? É só clicar aqui
Entre as propostas sobressai a integração do internato médico na carreira médica. Uma medida que, pode fazer com que estes profissionais de saúde continuem a sua atividade no SNS.
“Se um internato médico já fosse parte integrante da carreira médica, muito provavelmente muitos profissionais tomariam a opção de continuar e de desenvolver a sua atividade profissional no Serviço Nacional de Saúde”, defende Paula Santos.
A deputada comunista sublinha que, muitas vezes, após concluírem a especialização, os médicos enfrentam “atrasos nos concursos” e a falta de valorização da carreira e garantia de condições de trabalho.
Estas dificuldades levam “muitos profissionais a optar por outras alternativas, o que se tem refletido nos últimos concursos que têm aberto para médicos e que há muitas vagas que ficam por ocupar”, vinca.
A eliminação do modelo C para as Unidades de Saúde Familiar e a gestão democrática no SNS são as outras propostas dos comunistas, que consideram essenciais para melhorar a prestação de serviços de saúde públicos.
O PCP também quer alterar o método de seleção dos presidentes dos conselhos de administração das unidades locais de saúde do SNS e defende que os presidentes dos conselhos de administração das unidades do Serviço Nacional de Saúde passem a ser por concurso Público.
“Que o diretor clínico e o enfermeiro-chefe passem a ser eleitos, respetivamente, pelos médicos e pelos enfermeiros. Propomos também a eliminação das USF modelo C”, adianta Paula Santos.
Segundo a deputada comunista, o atual modelo de organização “é já numa lógica de privatização que nós consideramos que não é positivo”, defendendo que “os recursos do Serviço Nacional de Saúde devem ser mobilizados para a gestão pública para melhorar a prestação de serviço de cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde e não para transferir para grupos privados”.
A deputada Paula Santos do PCP considera ainda que estas iniciativas, são uma posição do partido em defesa do direito à saúde e contra as políticas do Governo e da direita.
“O PCP defende que o direito à saúde dos utentes é um investimento no SNS com mais meios, com mais profissionais e não transferir recursos públicos para os grupos privados. Aliás, como as forças da política de direita têm feito nos últimos anos e têm defendido”, completa.