30 set, 2025 - 15:29 • Manuela Pires
No primeiro dia de campanha oficial para as autárquicas, o Governo consegue aprovar, na Assembleia da República, a nova versão da Lei dos Estrangeiros depois de incluir propostas do Chega e uma do Partido Socialista.
No almoço com candidatos em Belém, Luís Montenegro puxou o tema ao discurso para lembrar que o Governo dialoga com todos e que, afinal de contas, desta vez não foi apenas o Chega a ter proposta incluídas na nova lei, mas também o PS.
“Nós dialogámos com todos: os partidos que suportam o Governo apoiaram as iniciativas que vinham do diálogo do Governo com eles, portanto dos nossos grupos parlamentares, que são o esteio da lei que foi hoje aprovada, e aprovámos propostas dos dois maiores partidos da oposição, propostas de acerto com contributos que nós temos de reconhecer são positivos para melhorar aquele instrumento legislativo”, disse Montenegro.
O primeiro-ministro, que durante a manhã tinha recusado confirmar o acordo com o Chega, sublinha agora o contributo do PS, não percebendo o voto contra dos socialistas.
“Aprovámos coisas do Chega e aprovámos coisas do PS. Esses dois partidos não votaram da mesma maneira, é um sinal dos tempos. Na anterior legislatura colaboraram entre eles contra o Governo, agora têm algumas prioridades de estar os dois a colaborar com o Governo, a favor do Governo, no sentido que é a favor do país”, referiu.
Depois desta votação no Parlamento, Montenegro repete que o Governo, ao contrário do que diz a oposição, não negoceia apenas com o Chega e que quer mesmo falar com todos os partidos.
“Não me vou meter nas questões partidárias, cada um gera a sua estratégia como quiser. Há uma coisa que não podem dizer, é que os partidos da maioria não dialogaram com todos e não acolheram as propostas que consideraram compatíveis e positivas” garantiu o primeiro-ministro.
No almoço com autarcas do distrito de Lisboa, onde faltaram Isaltino Morais, de Oeiras, e Sérgio Galvão, de Torres Vedras, dois independentes, Montenegro voltou a defender a atuação do Governo ao setor da imigração e a criticar o tratamento da questão, quer pelos agentes políticos, quer pela comunicação social.
“Na rua, para além de todo o ‘show-off’ da política, para além de todos os empolamentos noticiosos que são muitas vezes - para não dizer quase sempre ou sempre - incrementados pelos partidos políticos com mais preocupação em esgrimir o conflito, nas ruas, o que eu tenho comprovado é que aqueles que vêm para Portugal por bem são os primeiros a dizer: vocês estão no bom sentido, continuem esta política porque esta política ajuda Portugal, os portugueses e os imigrantes”, repetindo a mesma mensagem que tinha deixado na Amadora esta segunda-feira.
Aos autarcas presentes, o primeiro-ministro prometeu parceria e disse também que podem contar com o Governo para regular a imigração.