07 out, 2025 - 13:40 • Manuela Pires
O líder do PSD não quer trazer para a campanha a imposição de linhas vermelhas ao Chega, pois é ruído que não interessa na última semana de campanha. Falou, no entanto, do que o Governo, que lidera, anda a fazer.
A notícia já tinha sido divulgada pelos jornais, mas ao almoço, em Évora, Luís Montenegro anunciou mesmo: o aumento de 40 euros no complemento solidário para idosos em 2026. Aos jornalistas, garantiu que o fez porque tem de partilhar a visão e o que o governo está a fazer.
“A minha responsabilidade é partilhar a nossa visão para o país, partilhar o sentido estratégico que, no caso do PSD, damos nas várias formas de intervenção que temos", começa por dizer, garantindo que governar é, igualmente, ter a "responsabilidade de explicar aos eleitores" o que é que se está a fazer, a "estratégia a seguir" e "os objetivos a alcançar”.
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Autárquicas 2025
Segundo o antigo primeiro-ministro, “as linhas ver(...)
Por isso, Montenegro diz não perceber as críticas da oposição - quando fala em medidas eleitoralistas - porque, afinal de contas, são positivas para a população. “O facto de algumas pessoas poderem dizer que a sua apresentação tem uma vertente eleitoralista significa que se revêm no conteúdo do orçamento", defende.
"Só é eleitoralista aquilo que agrada aos eleitores e, portanto, eu, perante a acusação vinda da oposição nesse sentido, o que posso é ficar satisfeito com o reconhecimento de que o orçamento possa ser bom para as pessoas, porque é esse o objetivo”, remata, não desvendando que vai anunciar mais novidades do Orçamento do Estado esta semana.
“Não é uma questão de anunciar novidades. O orçamento foi aprovado no Governo na semana passada e será apresentado na Assembleia da República esta semana. O seu contexto e o seu conteúdo serão, naturalmente, partilhados com o país. O Governo vai fazer uma apresentação formal, como sempre faz, na sexta-feira”, diz o primeiro-ministro.
Depois de ter participado no jantar de apoio a Suzana Garcia, na Amadora, Pedro Passos Coelho apareceu novamente na campanha eleitoral, esta manhã, onde avisou que, nas eleições autárquicas, não devem ser impostas "linhas vermelhas" e que os partidos devem contar com todos.
"Estamos em democracia e temos de trabalhar em conjunto com os que forem eleitos. As linhas vermelhas são ditadas pela consciência e devem estar relacionadas com coisas muito particulares, especiais e graves", explicou, aos jornalistas.
O PS decidiu aplicar essa regras nestas eleições, mas Montenegro recusa falar do assunto e diz que é ruído nesta altura da campanha.
“Estamos a lutar para conquistar condições de governabilidade diretamente endossadas por parte das pessoas. É isso que estamos a fazer aqui em Évora. Não vale a pena querem introduzir ruído... é ruído completo, é ruído completo”, defende.
Apesar da insistência dos jornalistas para que o líder do PSD clarificasse a sua posição sobre este assunto, Montenegro não abriu o jogo. “Não vale a pena quererem introduzir ruído no nosso foco. É ruído completo, porque estamos focados em dar soluções aos problemas que as pessoas querem, em cada freguesia, ver resolvidos através do executivo da junta; em cada município verem resolvidas através do Executivo Municipal, e já agora também, como presidente do PSD, não posso deixar de dizer que nós também estamos focados nisso a nível governativo”, remata.