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Conversa de Eleição

Poiares Maduro. "Governo quer orçamento com apoio do PS e não ficar colado ao Chega"

07 out, 2025 - 16:42 • José Pedro Frazão

O antigo ministro do PSD argumenta que Montenegro não quer ficar demasiado ligado ao Chega. Já Fernando Medina acredita que ninguém quer uma crise política a propósito do Orçamento do Estado, mas adverte que é um erro deixar o partido de Ventura ser simultaneamente como aliado do Governo e principal partido da oposição.

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O social-democrata Miguel Poiares Maduro defende que o Governo foi prudente ao preparar o caminho para uma aprovação do Orçamento do Estado para 2026 com o apoio do Partido Socialista.

"Ao, aparentemente, não incluir matérias controversas como a alteração da legislação laboral, é um sinal de que espera que a viabilização venha sobretudo do lado do Partido Socialista. Isto é compreensível do ponto de vista político para o Governo", afirma o antigo ministro no programa "Conversa de Eleição" da Renascença.

Poiares Maduro considera ainda que se o Orçamento do Estado fosse viabilizado pelo Chega "depois do que se passou com a Lei dos Estrangeiros, o Governo ficaria demasiado colado" ao partido de André Ventura, sublinhando que Luís Montenegro "seguramente não pretende isso".

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Já o antigo ministro das Finanças, Fernando Medina, afirma que as últimas posições de Montenegro deveriam levar o Governo a aprovar o Orçamento com o apoio do Chega.

"[Montenegro] afirmou com clareza que o Chega tinha de ser visto como um partido de governo. O próprio Chega reconhece e reivindica para si o papel de aliado do Governo. Por isso creio que, com naturalidade, aquilo que se deve esperar neste momento é que a aprovação do Orçamento seja feita com o Chega", sustenta Medina na Renascença.

O antigo governante do PS assinala que diversos "aspetos do Orçamento" foram negociados com o Chega, como uma redução fiscal como "moeda de troca" da aprovação da primeira versão da Lei de Estrangeiros. "Parecia-me uma solução algo bizarra que se retirasse ao Chega esta responsabilidade fundamental da inviabilização do próximo Orçamento", adverte Medina.

O economista socialista salienta ainda que deixar o Chega ser um "aliado objetivo", e que é visto pelos seus apoiantes como um partido "com capacidade de influência sobre o Governo", para ao mesmo tempo assumir o papel de principal partido da oposição, "seria um erro crasso para o PSD, para o PS e para todo o sistema".

Sem querer deixar conselhos a José Luís Carneiro, Fernando Medina reconhece que "ninguém quer que o Orçamento não passe, começando obviamente pelo Governo" e toma nota de que o executivo de Montenegro "sinalizou que vai nesse sentido, ao tentar evitar um conjunto de matérias".

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