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Autárquicas 2025

Do que é que a Covilhã precisa? Depois de 12 anos de liderança socialista, vira-se à direita?

08 out, 2025 - 07:25 • Liliana Carona

Centro cultural, 50 câmaras de videovigilância, transportes gratuitos para +65 anos, alojamento estudantil entre as propostas… O concelho da Covilhã, com 25 freguesias apresenta seis candidaturas às Eleições Autárquicas. Depois de 12 anos de liderança socialista, será este o ponto de viragem à direita? A segurança, a habitação, os transportes e a cultura estão entre as principais preocupações.

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Ouça a reportagem da jornalista Liliana Carona

Estamos a gravar as vozes dos candidatos e candidata às eleições autárquicas do concelho da Covilhã. Seis candidaturas responderam às questões da Renascença.

Começamos com Eduardo Cavaco, 56 anos, professor na Universidade da Beira Interior, candidato da coligação "+Covilhã" (CDS e IL): “Há perto de 24 anos vim para a Covilhã e sou professor na Faculdade de Ciências da Saúde. Envolvi-me na comunidade, sou o presidente e o diretor artístico da banda da Covilhã, criei duas confrarias e o Festival da Cherovia, estou envolvido na comunidade e penso que a comunidade e a Covilhã já me deram tanto, que chegou a minha vez de dizer sim à Covilhã. E o +Covilhã é um movimento de uma coligação de pessoas independentes, livres, todos temos o nosso trabalho, mas queremos acrescentar algo de positivo à Covilhã e por isso os nossos objetivos são: criar mais emprego, mais creches, mais parques verdes, mais habitação e acima de tudo trazer uma esperança e uma confiança à Covilhã e às suas freguesias”, destaca.

Seguimos atrás de outro candidato, Jorge Fael da CDU, 55 anos, sociólogo: “Candidato-me porque quem sente os problemas, quem conhece o território, o concelho e a cidade, e quem considera que pode contribuir para construir uma terra melhor, tem a obrigação de se disponibilizar para poder fazê-lo no melhor sítio onde é possível, que é a Câmara Municipal, sendo que há problemas muito urgentes para resolver. Um deles é a mobilidade, nós temos freguesias mais afastadas, em que o preço do passe para a cidade, é superior a 100 euros, enquanto no eixo urbano da cidade, entre as freguesias mais urbanas e a própria cidade, o passe custa cerca de 40 euros. Portanto, há aqui uma desigualdade tremenda que é preciso resolver, propomos um passe concelhio de 30 euros e assegurar a gratuitidade também para os maiores 65 anos”, afirma como prioridades, acrescentando a habitação, nomeadamente o alojamento estudantil como uma carência de uma cidade universitária como a Covilhã.

E depois de 12 anos de governação socialista e perante a limitação de mandatos, o atual presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, não se recandidatou, mas vai avançar em Belmonte nas Eleições Autárquicas 2025. Já na Covilhã entra na corrida eleitoral o seu chefe de gabinete, Hélio Fazendeiro, pelo PS, 47 anos, engenheiro e empresário.

“Sinto que tenho condições para continuar a desenvolver o município, tenho vontade de servir os covilhanenses e tenho uma experiência acumulada que me capacita para fazê-lo com as melhores condições. Nós, mais do que prometer, vamos fazer acontecer, mas há três aspetos essenciais que eu quero dar destaque desde o primeiro dia. Desde logo, aquilo que é a regeneração dos territórios ardidos. Depois temos de dar resposta às políticas de habitação, nomeadamente com respostas de habitação a custos acessíveis para as famílias e para os jovens que estão na Covilhã e que querem fixar-se na Covilhã. Depois temos também um programa de regeneração de espaço público, nomeadamente de estradas, passeios, pracetas, espaços verdes, para melhorar aquilo que é a qualidade de vida do espaço público do nosso concelho”, revela.

Do Chega, Luciana Leitão, 49 anos, técnica auxiliar de saúde e consultora imobiliária quer 50 câmaras de videovigilância na Covilhã, entre outras medidas: “Ao longo da minha vida profissional e em contacto com pessoas da cidade e das freguesias, tenho sentido um grande descontentamento por parte da população e naturalmente que isso faz-nos refletir, porque se hoje já enfrentamos algumas dificuldades, como será daqui a alguns anos?", questiona.

“Na saúde, queremos que os cuidados primários cheguem a todos, incluindo aos habitantes mais isolados. Na segurança, é preciso reforçar o policiamento nas ruas e vamos instalar 50 câmaras de videovigilância em pontos estratégicos. Nos transportes públicos, é urgente rever as rotas e horários para que respondam aos vários turnos de trabalho em todas as freguesias. Acreditamos também que a qualidade de vida passa por criar espaços verdes, circuitos de desporto, parques infantis, zonas de lazer atrativas para todas as famílias. Também uma das medidas que temos, é rever as tarifas de água, temos a água mais elevada, que é a do nosso concelho e melhorar a iluminação, a cidade está muito escura”, observa.

Jorge Simões, candidato apoiado pelo PSD, 64 anos, engenheiro civil e projetista, quer a cultura em cima da mesa: “Candidato-me a estas eleições porque acho que a cidade precisa, de ter uma nova ambição, uma nova vida e um desenvolvimento que não tem acontecido, porque tem estado estagnada durante os últimos 12 anos. Tenho muitas bandeiras, mas uma que considero muito importante em particular, é a cultura que deve ser inclusiva, termos um centro cultural com capacidade para ter salas de exposições, salas de espetáculos, ateliês de trabalho, uma área comercial com livrarias, com espaços apropriados para as artes, música, pintura, dança, uma residência artística”, destaca, salientando ainda acreditar que chegou a hora de mudança.

“As oportunidades começam a escassear para mudar o rumo à cidade, para dar uma nova ambição, penso que já tarda, mas que é urgente essa mudança”, conclui.

Depois de se ter demitido do PS, neste verão, Carlos Martins, 63 anos, consultor e atual presidente da UFCC - União Freguesias Covilhã e Canhoso, lidera o movimento “Pelas Pessoas”, uma candidatura independente à Câmara Municipal da Covilhã e apresenta listas em 17 freguesias do concelho, apoiando ainda a candidatura de Vítor Fernandes no Barco. Afirma não se rever na atual gestão camarária nem no rumo do PS local e apresenta-se "como alternativa sólida e experiente, com provas dadas na autarquia". Carlos Martins recorda o seu percurso político enquanto vice-presidente e vereador, tendo sido "responsável por desbloquear projetos decisivos como o PEDU, que permitiu requalificar a Avenida Frei Heitor Pinto, a Central de Camionagem, o Teatro Municipal e o edifício da antiga PSP, bem como negociar a redução de 1,8 milhões de euros da dívida à AMCB".

A candidatura “Pelas Pessoas” defende uma governação de proximidade, com diálogo permanente com as freguesias e ações concretas de apoio à população. Entre as prioridades estão: "Habitação acessível e recuperação do património municipal, aproveitando programas do PRR; Criação de emprego e fixação de população jovem, com articulação entre Câmara, UBI e ULS Cova da Beira; Descentralização de serviços municipais, com extensões do Balcão Único nas freguesias; Projetos estruturantes, como um aeródromo municipal, um pavilhão multiusos para desporto e cultura, e um complexo de piscinas em parceria com a UBI e a ULS; Investimento em educação e infância, com a criação de duas novas creches nos parques industriais do Canhoso e do Tortosendo, e a reabertura do Bolinha de Neve", anuncia em comunicado.

A música não tem faltado nestas campanhas autárquicas, seja com recurso a inteligência artificial ou a bandas locais, os hinos assumem os mais variados ritmos.

De recordar que no concelho da Covilhã, nas últimas eleições autárquicas (2021), o PS (Partido Socialista) obteve 11 946 votos, correspondendo a 46,25 %. A coligação CDS-PP / PPD/PSD / IL alcançou 8 513 votos (30,39 %). O partido PCP-PEV alcançou 2 516 votos (9,74 %). A aliança MPT / PPM / Aliança recebeu 1 647 votos (6,38 %). A participação de CH registou 448 votos (1,73 %). Foram ainda contabilizados 834 votos em branco (3,23 %) e 590 votos nulos (2,28 %). A taxa de participação foi de 58,56 %, o que equivale a 25 832 eleitores.

[notícia atualizada às 02h12, de 9 de outubro - com a resposta de Carlos Martins, do movimento "Pelas Pessoas"]

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