10 out, 2025 - 13:55 • Manuela Pires , João Malheiro
O ministro dos Negócios Estrangeiros felicita a entrega do Nobel da Paz a María Corina Machado, que destaca como uma "lutadora pela Democracia, com coragem, audácia e respeito integral pelos Direitos Humanos".
"Nobel justíssimo", refere Paulo Rangel, aos jornalistas, durante uma arruada no Porto, no âmbito das autárquicas.
O governante sublinha que a vencedora do Nobel tem feito "um trabalho internacional muito importante" e realça que "a paz constrói-se de forma justa e democrática. Não é só ausência de conflito".
"Para que haja uma reconciliação do povo venezuelano, com uma agenda para eleições livres e direitos humanos, os esforços que ela continua a fazer são de facto de alguém que dá um grande exemplo ao mundo", considera, também.
Questionado pela Renascença se esta atribuição pode contribuir para uma mudança política na Venezuela, Rangel recorda que não seria a primeira vez que o Nobel da Paz "mudaria a realidade política e contribuiria para mudanças mais pacíficas".
"Às vezes, é um reconhecimento de um trabalho que já está terminado, mas outras vezes é justamente uma motivação para que haja capacidade de diálogo", aponta.
O Prémio Nobel da Paz 2025 foi atribuído à opositora venezuelana María Corina Machado, ex-deputada da Assembleia Nacional da Venezuela entre 2011 e 2014, anunciou hoje o Comité Nobel norueguês.
Corina Machado foi premiada "pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia", explicou a organização do Nobel.
Nascida em 1967, na Venezuela, Maria Corina Machado é uma das principais vozes da oposição democrática ao regime de Nicolás Maduro, tendo sido candidata nas eleições presidenciais de julho de 2024.
No entanto, foi impedida de concorrer quando, em janeiro de 2024, o Supremo Tribunal de Justiça a proibiu de ocupar cargos públicos durante 15 anos.