13 out, 2025 - 09:30 • Sérgio Costa , Raul Santos
O vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) José Ribau Esteves considera que já não faz sentido falar em “linhas vermelhas”.
“O tempo dessa expressão tem de acabar porque o Chega é, no Parlamento, o segundo maior partido e, de facto, o Chega é um partido normal, é um partido que os portugueses têm como importante ou, melhor, a que os portugueses passaram a dar importância”, diz Ribau Esteves à Renascença.
O ainda presidente da Câmara de Aveiro destaca o “número muito alto de executivos municipais que não vão ter maiorias absolutas” e antevê que “em muitos municípios onde PSD ou PS vencem sem maioria absoluta, será o Chega a força que pode desempatar”.
“São as lógicas locais, Câmara a Câmara, que vão determinar como é que se governa, se é com acordos, se é sem acordos”, acrescenta.
“Comprometer o Chega com algumas matérias é a melhor forma de o combater”, afiança.
Ribau Esteves considera que os resultados das Autárquicas representam “uma vitória robusta do PSD” porque “não se previa uma distância grande” para o PS e havia “uma perspetiva de que o PS poderia ganhar Lisboa e Porto, o que não aconteceu”.
O autarca de Aveiro não extrapola, contudo, os números de ontem para uma avaliação do Governo: “Não tem nada a ver uma coisa com outra.”
“Eleições autárquicas são eleições autárquicas. As lógicas dos cidadãos, quando votaram em Aveiro, quando votaram em Faro, em Évora, por esse país fora não têm nada a ver com isso”, argumenta.