16 out, 2025 - 17:48 • José Pedro Frazão
O social-democrata Duarte Pacheco defende que Carlos Moedas deve procurar um acordo político a quatro anos, "com quem estiver disponível para trabalhar" na Câmara de Lisboa.
O antigo deputado considera que o vencedor das eleições autárquicas deve procurar um entendimento duradouro junto de todos os parceiros, incluindo as forças mais à direita ou à esquerda.
"Ou Carlos Moedas vai governar sabendo que está em minoria e que em determinados momentos pode ter um confronto na Câmara e ser impedido de concretizar [políticas], ou faz um acordo. Preferiria fazer acordos, porque isso permite uma previsibilidade a quatro anos, seja com a CDU ou com o Chega. Quem estiver disponível para trabalhar é bem-vindo. Nas autarquias sempre foi assim", afirma Duarte Pacheco, no programa Casa Comum, da Renascença.
O militante social-democrata evoca o entendimento firmado por Rui Rio com a CDU para atribuição de um pelouro a um vereador comunista, Rui Sá, na Câmara Municipal do Porto em 2002.
O antigo parlamentar do PSD assume que o seu partido teve uma "vitória significativa" porque alcançou todos os seus objetivos. "Mas partilho que o Partido Socialista não teve uma má noite. Não venceu, perdeu câmaras importantes como Sintra ou Gaia, mas depois do que aconteceu há quatro meses, as expectativas eram muito baixas", acrescenta Duarte Pacheco, satisfeito pela política portuguesa ter voltado à "lógica do bipartidarismo".
Duarte Pacheco defende ainda alterações à lei eleitoral autárquica que permita superar bloqueios na governação local, favorecendo executivos de uma só cor política.
"O executivo saía diretamente da Assembleia Municipal e automaticamente seria monocolor ou com as cores necessárias para garantir a governabilidade do concelho", propõe Duarte Pacheco na Renascença.
Sobre o Orçamento do Estado para 2026, o antigo coordenador parlamentar do PSD em matérias orçamentais fala num documento "sem rasgo" e gostaria de ver mais crescimento económico apesar dos pontos positivos.
"[O Orçamento] tem um saldo positivo, inclui uma redução de impostos e reforça verbas nas mais diversas áreas. O único senão, vamos dizer assim, é que continuamos com um crescimento económico muito reduzido", argumenta Duarte Pacheco.