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Operação Marquês

Sócrates acusa juíza de "ofender dignidade profissional" de advogado que renunciou

04 nov, 2025 - 12:05 • João Malheiro , Liliana Monteiro

A Renascença teve acesso à carta de renúncia de Pedro Delille, em que o advogado acusa o processo de ser um "simulacro de julgamento" que repudia e se recusa a participar, "um minuto mais que seja".

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José Sócrates acusa a juíza Susana Seca de "ofender a dignidade profissional" do seu advogado que esta terça-feira renunciou à defesa no caso Marquês.

Aos jornalistas, o antigo primeiro-ministro diz ver "com tristeza" a saída de Pedro Delille, lamentando "o ponto a que chegamos". No entanto, Sócrates compreende "muito bem" a decisão do seu advogado, acusando a juíza de o "destratar".

"Pedro Delille é um grande advogado, companheiro e amigo. Mas o tribunal tem o que quer. A senhora juíza decidiu construir um título para os jornais. Foi a gota de água" refere.

A Renascença teve acesso à carta de renúncia de Pedro Delille, em que acusa o processo de ser um "simulacro de julgamento" que repudia e se recusa a participar, "um minuto mais que seja".

"Fiquei definitiva e absolutamente convencido, após o episódio da passada quinta-feira, que soma a tudo o resto oportunamente denunciado, que de continuar neste julgamento violenta em termos insuportáveis a minha consciência como advogado", lê-se no texto.

Em causa está um episódio da semana passada, em que, na última sessão do julgamento, a mãe de José Sócrates faltou ao tribunal. Apesar de ter apresentado um atestado médico ao tribunal para justificar ausência, como o atestado foi enviado pela defesa de José Sócrates, que não representa a mãe do antigo primeiro-ministro, o tribunal quer uma justificação e decidiu para já não aplicar multa.

O Ministério Público não prescinde da sua audição e entende que “será possível realizar a diligência através de meios à distância”, tendo solicitado o reagendamento da data.

Esta terça-feira, nas declarações aos jornalistas, Sócrates esclareceu que o médico da sua mãe considerou que, aos 94 anos, "não estava em condições de depor".

"Para defender a minha mãe, achei que era só necessário entregar um atestado médico em tribunal. A senhora juíza achou que havia alguma espécie de conspiração", critica.

A juíza que preside ao julgamento da Operação Marquês considerou a atitude da defesa de Sócrates “ofensiva dos deveres deontológicos” e ordenou a extração de cópia da ata da sessão para ser enviada à Ordem dos Advogados (OA) para procedimento disciplinar.

Pedro Delille acabou por comparecer pouco antes das 11h00, altura em que a magistrada, de dedo em riste, afirmou: “Acabou a brincadeira, vai responder à Ordem dos Advogados.”

Também a defesa de Sofia Fava não compareceu à audiência nem atendeu o telefone, tendo o tribunal determinado a nomeação de defesa oficiosa.

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