O que os padres sinodais dizem sobre coabitação, casamentos mistos e linguagem

Terminada a discussão da terceira parte do documento de trabalho do sínodo sobre a família, a Santa Sé publicou esta quarta-feira os relatórios dos pequenos grupos que estiveram a aprofundar o tema.

Aqui pode ler algumas das principais citações destes relatórios, neste caso sobre coabitação, casamentos mistos e ainda cuidados com a linguagem da Igreja.

Coabitação

Considerámos as necessidades especiais de famílias em situações irregulares e difíceis. Concordámos que os que coabitam estão numa situação bastante diferente daqueles que estão divorciados e recasados civilmente. Também concordámos que a coabitação, embora muito difundida actualmente em muitas culturas, não pode ser considerada um bem em si. Estamos preparados para reconhecer que pode haver bem numa relação de quem coabita, e não na coabitação num sentido quase institucional. Grupo C de língua inglesa

Casamentos mistos

Entre as considerações pastorais importantes, discutimos os desafios colocados pelos casamentos mistos. Afirmamos que para que estes casamentos sejam bem-sucedidos é importante que os casais sejam bem preparados nos ensinamentos da Igreja antes do casamento e acompanhados pelas suas comunidades de fé. Grupo A de língua inglesa

Alguns quiseram realçar que os casamentos mistos, embora apresentem desafios, também apresentam grandes oportunidades; e no geral sentimos que é necessário falar de forma mais positiva quer sobre os casamentos mistos como sobre a disparidade de culto. A disparidade de culto pode apresentar grandes desafios nalgumas situações – mais com algumas religiões do que com outras – mas também podem ser um local privilegiado de diálogo inter-religioso com os pés assentes no chão. Isso em si é um valor. Propomos que o sínodo recomende que seja desenvolvido um rito especial para a celebração de casamentos inter-religiosos. Grupo C de língua inglesa

No que respeita à questão do casamento inter-religioso, devem ser mencionados especialmente os aspectos positivos e a vocação especial de tal casamento, uma vez que os cristãos não-católicos não estão de forma alguma fora da Igreja, mas através do baptismo fazem parte da comunidade, embora de uma forma incompleta. O casamento inter-denominacional é considerado como uma Igreja doméstica e tem uma vocação e missão específica, que consiste na troca de dons dentro do ecumenismo de vida. Grupo de língua alemã

Linguagem

É da maior importância encontrar uma linguagem atractiva e clara, tornando o ensinamento da Igreja mais compreensivo e acessível. Grupo A de língua inglesa

É crucial adoptar uma linguagem adequada e renovada, especialmente para uma introdução de filhos adolescentes e jovens a uma sexualidade humana madura. Isto é principalmente da responsabilidade dos pais e não deve ser deixado unicamente à educação escolar ou aos media e meios de comunicação social. Muitos pais e agentes pastorais têm dificuldade em encontrar uma linguagem adequada e respeitosa que representa os aspectos da sexualidade biológica no contexto global de amizade, amor, enriquecendo a complementaridade e mútua doação do homem e da mulher. Grupo de língua alemã