07 mai, 2025 - 09:48 • Ana Catarina André, enviada especial a Roma , Marta Pedreira Mixão (vídeo)
O cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, afirmou, na missa que antecede o Conclave para a eleição do novo Papa, esta quarta-feira, no Vaticano, que “o mundo espera muito da Igreja para a salvaguarda dos valores fundamentais, humanos e espirituais, sem os quais a convivência humana nem será melhor nem beneficiará as gerações futuras”.
Na homilia, o purpurado rezou para que o próximo Papa “saiba despertar as consciências de todos” na atual sociedade “caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus”.
Neste dia que marca o arranque do Conclave, D. Giovani Battista Re lembrou ao Colégio Cardinalício, no último ato em que os cardeais não eleitores podem participar, que a escolha “do novo Papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna”.
“Cada Papa continua a encarnar Pedro e a sua missão e, assim, representa Cristo na terra; ele é a rocha sobra a qual a Igreja é edificada”, disse.
Frisando que a Igreja e a humanidade vivem “um momento difícil” e “complexo da história” e que a escolha do novo Papa é “um ato humano pelo qual se deve deixar de lado qualquer consideração pessoal, tendo na mente e no coração apenas o Deus de Jesus Cristo e o bem”, o decano do Colégio Cardinalício recordou Paulo VI que se empenhou na construção da “civilização do amor”.
“O amor é a única força capaz de mudar o mundo”, acrescentou, depois de ter referido que “rezar, invocando o Espírito Santo, é a única atitude justa e necessária, enquanto os cardeais eleitores se preparam para um ato de máxima responsabilidade".
O cardeal, de 91 anos, sublinhou, ainda, que entre as tarefas de cada Papa “conta-se a de fazer crescer a comunhão (...) de todos os cristãos com Cristo, dos bispos com o Papa e dos bispos entre si”.
Mencionando a intenção sublinhada no Concílio Vaticano II de que a Igreja seja “casa e escola de comunhão”, D. Giovanni Battista Re referiu que se trata de uma comunhão “orientada para a comunhão entre as pessoas, os povos e as culturas”, que é também um “forte apelo à manutenção da unidade da Igreja"
“Uma unidade que não significa uniformidade, mas comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se permaneça plenamente fiel ao Evangelho”, acrescentou.
O Conclave no qual será eleito o sucessor de Pedro (o Papa número 267 da história) tem início às14h30, quando os 133 cardeais eleitores seguirem em procissão solene desde o Palácio Apostólico até à Capela Sistina.