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Reportagem

Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro

08 mai, 2025 - 15:38 • Ana Catarina André

Desde o início do Conclave, milhares de peregrinos têm acorrido ao Vaticano: querem ver fumo branco, sinal da eleição de um novo Papa.

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Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro. Foto: Ana Catarina André/RR
Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro. Foto: Ana Catarina André/RR
Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro. Foto: Ana Catarina André/RR
Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro. Foto: Ana Catarina André/RR
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Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro. Foto: Ana Catarina André/RR
Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro. Foto: Ana Catarina André/RR
Da Indonésia à Venezuela. O mundo na Praça de São Pedro. Foto: Ana Catarina André/RR

Bahasa, espanhol, fijiano, lingala, inglês, português e outras tantas línguas oriundas de geografias longínquas ecoam pela Praça de São Pedro, no Vaticano. Desde quarta-feira, dia de início do Conclave, o número de peregrinos não pára de aumentar. Todos querem assistir ao momento em que sairá fumo branco da chaminé da Capela Sistina, anunciando assim a escolha do novo Papa.

Há quem tenha vindo de propósito, como é o caso do jovem libanês Antonius. “Quero testemunhar este acontecimento tão bonito”, diz, depois de perguntar a uma peregrina se sabe a que horas haverá fumo. Convicto, quer ficar no Vaticano até que se conheça o nome do sucessor de Pedro – signifique isso um, dois, três ou até mais dias.

“Acho que o Papa deve ser carismático para atrair jovens para a Igreja e ser muito simples como o Papa Francisco”, afirma, reconhecendo que um dos grandes desafios da Igreja é chegar aos mais novos. “Penso que isso se poderá fazer se olharem para nós e virem que somos felizes, generosos e perdoarmos os outros. Aí, vão perguntar-nos de onde é que isso vem e vamos responder-lhes: ‘Jesus’. Acredito que mais do que pregar, devemos viver aquilo em que acreditamos”, considera o engenheiro libanês.

Na praça de São Pedro, o momento é também oportuno para chamar a atenção para os problemas políticos e sociais de diversas zonas do globo. Lila Ortega usa um boné com as cores da bandeira da Venezuela e uma t-shirt onde se lê: “Cuba e Venezuela livres”. “São dois países onde não há democracia”, explica a latino-americana que vive em Londres.

Assim que vê sair fumo preto da chaminé, o que voltou a acontecer na manhã desta quinta-feira, emociona-se. “Tenho de ir embora hoje. Que pena não poder ver o fumo branco aqui”, lamenta, voltando, em poucos segundos, a sorrir. “O Espírito Santo enviará o Papa que quer que conduza a Igreja. Sei que agora o Papa Francisco, que é um santo, vai interceder pela América Latina, por países como Venezuela, Nicarágua e Cuba que estão sob estas tiranias.”

“Um Papa progressista”

A América Latina está também representada na praça de São Pedro por dezenas de brasileiros. Caterina Riso viajou do Rio de Janeiro com o marido, Sílvio. Estavam de férias quando receberam a notícia da morte do Papa Francisco. Foram ao funeral e agora querem assistir ao anúncio do novo Papa. “Gostávamos muito de ver fumo branco, antes de voltarmos para casa”, diz Caterina. O marido acrescenta: “Esperemos que o próximo Pontífice de continuidade ao trabalho que o Papa Francisco realizou, que trabalhe as questões da compaixão, do amor, do perdão e que combata as guerras”.

O brasileiro diz que gostaria de ter “um Papa progressista, que trate as questões que afligem a população e as questões da Igreja que devem ser debatidas entre os sacerdotes”.

Do outro lado do mundo, chegam também a Roma muitos asiáticos. Stella, uma indonésia de 25 anos, veio com um grupo de 40 pessoas de Jacarta, a sua cidade. Inicialmente planeara participar no jubileu, mas deparou-se com a eleição do novo Papa.

“Cancelámos o programa que tínhamos estes dias, em Roma, para podermos estar aqui no Vaticano”, diz, entusiasmada. “Espero o melhor do próximo Papa”, diz, acrescentando que isso não significa que seja necessariamente asiático. A jovem, que vive num país de maioria muçulmana, conta que por lá “é difícil ser-se católico”.

“É muito difícil, por exemplo, construir igrejas”, diz, sem adiantar mais detalhes. Há duas semanas, no início da viagem à Europa, esteve em Lisboa e em Fátima. O santuário comoveu-a. “Fomos à capelinha das aparições e à procissão das velas. Foi muito bonito”, recorda.

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