08 mai, 2025 - 19:59 • Fábio Monteiro
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Em declarações à Renascença esta quinta-feira, o Superior Provincial da Congregação da Ordem de Santo Agostinho em Portugal, Padre Miguel Hernandez, expressou “grande alegria” pela eleição do novo Papa Leão XIV, sublinhando o carácter pastoral e a proximidade do novo pontífice.
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“Não estávamos à espera de que o cardeal Prevost fosse o eleito Papa Leão XIV”, confessou.
O sacerdote recordou ter estado com Robert Prevost em alguns encontros internacionais de jovens e noutros eventos da Ordem Agostiniana. “Não o conheço pessoalmente muito profundamente, mas posso transmitir que é um homem bom, tranquilo, próximo e simpático”, disse.
Leão XIV
O novo Papa tem 69 anos e escolheu o nome de Leão (...)
O Superior Provincial da Congregação da Ordem de Santo Agostinho em Portugal salientou também a experiência de governo do novo Papa, acumulada na liderança da Ordem Agostiniana e no trabalho mais recente em Roma: “Ele tem esta dimensão de conhecimento do que significa o governo, e depois, por outro lado, é uma pessoa muito próxima, um pastor”.
Sobre o percurso missionário, lembrou que Prevost foi pároco e bispo missionário no Peru, numa diocese pobre, o que, segundo Hernandes, lhe conferiu características fundamentais para este novo desafio: “Pode juntar aqui estes aspetos muito necessários neste momento da Igreja”, afirmou, evocando ainda Santo Agostinho: “Para vós sou pastor, por vós sou bispo, convosco sou cristão”.
Questionado sobre as preocupações partilhadas pelo novo Papa, Hernandez indicou que Leão XIV sempre mostrou grande atenção às questões juvenis e sociais: “Uma preocupação pela juventude, pelos aspetos sociais, pela vida comunitária na nossa congregação”, frisou.
A Ordem de Santo Agostinho ou Ordem Agostiniana foi fundada em 1244, em Roma, a pedido de comunidades eremitas da região da Toscânia, era Papa Inocêncio IV.
Em 2020, tinha cerca de 2785 frades no mundo, dos quais 1999 sacerdotes.
Integraram esforços missionários da Igreja católica na Europa, Américas do Norte e Sul, África e Oriente.
Os agostinianos têm como princípio o amor a Deus e ao próximo, assumem uma vocação contemplativa, pretendem fomentar a experiência de Deus dedicando-se ao estudo e à vida interior e uma vida apostólica segundo as necessidades da Igreja.
Estes padres privilegiam a dedicação ao trabalho (manual ou intelectual) em prol da comunidade, a busca de Deus e a interioridade.
Em Portugal, há duas comunidades agostinianas desde 1973, uma em Santa Iria de Azóia (Loures) e outra em São Domingos de Rana (Cascais), conhecida como Nossa Senhora da Graça.
Em 2025, estas comunidades tinham sete padres agostinianos registados a residir em Portugal. Em 2015, seis eram espanhóis e a Renascença entrevistou o seu mais jovem sacerdote.
Santo Agostinho foi teólogo, filósofo, escritor, bispo, doutor da Igreja e um dos mais influentes pensadores católicos. Morreu no ano 430 e foi canonizado no século XIII. Dedicou-se a Deus depois de experimentar uma juventude exuberante e focada nos prazeres da vida.