09 mai, 2025 - 16:17 • Daniela Espírito Santo , Maria João Cunha
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O mundo ficou, esta quinta-feira, a conhecer o novo Papa. Robert Francis Prevost, de 69 anos, tornou-se Leão XIV e logo nas primeiras horas muitas curiosidades sobre o primeiro Papa norte-americano da História começaram a surgir.
Mal o anúncio foi feito - e em plena antena da Renascença - ficamos a saber que o novo Papa fala português e "está particularmente unido a Portugal". Para além da sua origem norte-americana, ficamos, igualmente, a saber que também tem cidadania peruana, país que abraçou em missão durante durante 20 anos.
Horas depois, ficamos também a saber que já foi crítico de JD Vance e Donald Trump nas redes sociais, que veio à JMJ em Lisboa e que o nome que escolheu não é fruto do acaso.
Mas as surpresas não se ficam por aí. Num plano mais "mundano", ficamos a saber, por exemplo, que o novo Papa "matemático" estudou Filosofia, Teologia e Direito Canónico, fala cinco línguas, gosta de jogar ténis e até que considera um jogador, embora "amador". Em 2023, quando se tornou cardeal - decisão do Papa Francisco - contou, numa curta entrevista, que esperava ter mais oportunidades para jogar em Roma do que teve no Peru. Na mesma entrevista - das poucas que se lhe conhecem - ficamos também a saber que gosta de ler, fazer grandes caminhadas, viajar e ter longas conversas com amigos. Para o agora Santo Padre, as amizades verdadeiras são "uma das maiores dádivas de Deus".
Os pais também sempre estiveram ligados à Igreja. O jornal católico The Pillar conta que o pai, Louis Marius Prevost - de ascendência italiana e francesa -, era catequista, e a mãe, Mildred Martinez - de ascendência espanhola -, ajudava na paróquia e até cantava no coro. Mildred era famosa pelos seus cozinhados e os seus pratos "irresistíveis" atraíam muitos padres à casa da família, em Chicago.
Para além do ténis, e ainda no campo do desporto, há outro facto curioso sobre o novo Santo Padre: é fã de basebol, especialmente dos Chicago White Sox, a equipa local (para grande lamento dos rivais Chicago Cubs, que assumiram o contrário e foram contrariados na Internet... e da mãe, que prefere, de facto, os Cubs).
Os dois irmãos mais velhos, Louis Martín e John Joseph, também dão pistas sobre que tipo de ser humano é o Papa Leão XIV. John Prevost conta que, desde cedo, o irmão demonstrou uma enorme vocação e um vizinho chegou mesmo a dizer que, quando o irmão ainda era criança, que este seria o primeiro Papa norte-americano. Acólito desde pequeno, sempre quis ser padre, garantiu o irmão, em entrevista à ABC.
"Ele soube desde logo. Acho que nunca sequer questionou ou pensou que queria ser outra coisa qualquer", admite o irmão, que conta que o até agora cardeal costumava "brincar de padre" quando era criança. "Usava uma tábua de engomar para fazer de altar", acrescenta, garantindo que o irmão é "uma pessoa perfeitamente normal".
Tão normal que, como muita gente, joga "Wordle" todos os dias, conta John, à NBC.
"Falei com ele mesmo antes do conclave. Primeiro, jogamos Wordle, que é uma coisa que fazemos regularmente. Depois jogamos 'Words With Friends' [uma espécie de Scrabble online]", adianta o irmão. Depois, falaram do que se estava a passar e, meio a brincar, o irmão fez uma piada sobre a cor das suas meias, em alusão à sua equipa de basebol preferida. "Depois perguntei-lhe se estava preparado e se já tinha visto o filme 'Conclave', para saber como se deveria comportar", brinca. "E ele tinha acabado de ver o filme", ri-se. "Brinquei com ele porque queria distraí-lo e fazê-lo rir... até porque ele agora terá uma responsabilidade incrível", termina.
Já o outro irmão, Louis, estava adoentado e a descansar na cama quando surgiu o fumo branco na chaminé da Capela Sistina. Ligou a televisão para acompanhar o anúncio e percebeu logo o que acontecera.
"Eles começaram a ler o nome dele, ouvi 'qualquer coisa, qualquer coisa Roberto'. Soube imediatamente... É o Rob!", contou aos jornalistas, emocionado. "Ainda bem que estava deitado na cama, se não podia ter caído", exclama.
"Saí da cama e comecei a dançar como um idiota", conta, feliz. "É incrível. De repente estava bem acordada e a sentir-me maravilhosamente", acrescenta.
Também o irmão Louis descreve Leão XIV como uma simples, "com os pés no chão", com sentido de humor e "muito inteligente". Confirma a história da tábua de engomar e acrescenta: enquanto os irmãos brincavam aos polícias e ladrões, ele usava doces para dar a "comunhão".
"Estávamos sempre a provocá-lo e a dizer-lhe: vais ser Papa um dia. Os vizinhos diziam a mesma coisa. Sessenta e tal anos depois... aqui estamos", remata.