09 mai, 2025 - 11:09 • Ana Catarina André , enviada especial a Roma
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O Papa Leão XIV sublinhou, na primeira homilia após a sua eleição, “o compromisso irrenunciável para quem, na Igreja, exerce um ministério de autoridade”, ou seja, “desaparecer para que Cristo permaneça, fazer-se pequeno para que Ele seja conhecido e glorificado, gastar-se até ao limite para que a ninguém falte a oportunidade de O conhecer e amar”.
“Digo isto, em primeiro lugar, para mim mesmo”, sublinhou.
Na missa, que se realizou na Capela Sistina e que assinalou o encerramento do conclave, o primeiro Papa norte-americano da história começou por falar em inglês, convidando os cardeais a reconhecerem as bênçãos que Deus lhes concede e sublinhando a confiança que tem em cada para que possam caminhar juntos no anúncio do Evangelho. Depois, já em italiano, referindo-se ao Evangelho de Mateus, em que Jesus questiona “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?”, lembrou que hoje o mundo considera Cristo “uma pessoa totalmente desprovida de importância”.
“Quando a sua presença se torna incómoda, devido aos pedidos de honestidade e às exigências morais que invoca, este ‘mundo’ não hesita em rejeitá-lo e eliminá-lo”, disse, acrescentando que as “pessoas comuns” seguem Jesus “enquanto podem fazê-lo sem demasiados riscos ou inconveniente”, abandonando-O depois.
“Ainda hoje não faltam contextos em que a fé cristã é considerada uma coisa absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes; contextos em que em vez dela se preferem outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer”, assegurou, dizendo que é nesses ambientes que “a missão se torna urgente”.
“A falta de fé, muitas vezes, traz consigo dramas como a perda do sentido da vida, o esquecimento da misericórdia, a violação - sob as mais dramáticas formas - da dignidade da pessoa, a crise da família e tantas outras feridas das quais a nossa sociedade sofre”, afirmou.
Para Leão XIV, “não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem”, o que segundo o Papa, “acontece não apenas entre os não crentes, mas também entre muitos batizados que acabam por viver a este nível um ateísmo prático”. Por isso, é fundamental, diz, o testemunho da “alegria da fé em Jesus”.
"Também para nós, é essencial repetir: 'Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo'."