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Vaticano

Leão XIV explica a razão do seu nome e pede adesão dos cardeais à herança de Francisco

10 mai, 2025 - 13:54 • Aura Miguel , Marta Pedreira Mixão (vídeo)

No encontro com os cardeais, Leão XIV referiu-se várias vezes ao Papa Francisco e ao seu estilo de dedicação ao serviço e sobriedade essencial na vida, de abandono a Deus no tempo da missão e de serena confiança no momento da partida para a Casa do Pai.

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Leão XIV explica a razão pelo qual escolheu o seu nome
Leão XIV explica a razão pelo qual escolheu o seu nome

O Papa Leão XIV quis ouvir este sábado o Colégio dos Cardeais para recolher conselhos, sugestões, propostas “e coisas muito concretas, sobre as quais já se falou um pouco nos dias que antecederam o Conclave”, afirmou.

Antes de passar a palavra aos cardeais, o novo Pontífice sublinhou: “Vós sois os colaboradores mais próximos do Papa, e isto é de grande conforto para mim, que aceitei um fardo claramente muito superior às minhas forças, assim como o seria para qualquer outra pessoa”.

E ainda que a presença dos cardeais seja um sinal de que o Senhor, ao confiar-lhe esta missão, não o deixa sozinho a carregar tal responsabilidade, Prevost acrescentou: “Sei, primeiramente, que posso contar sempre – sempre! – com a vossa ajuda”.

Leão XIV referiu-se várias vezes ao Papa Francisco e ao seu estilo de dedicação ao serviço e sobriedade essencial na vida, de abandono a Deus no tempo da missão e de serena confiança no momento da partida para a Casa do Pai. “Acolhamos esta preciosa herança e retomemos o caminho, animados pela mesma esperança que vem da fé”, pediu.

Concílio Vaticano II e Evangelii gaudium

Dois dias depois de ser eleito, o novo Papa pediu aos cardeais para renovarem juntos "a plena adesão a este caminho, que a Igreja universal percorre há décadas na esteira do Concílio Vaticano II” e que o Papa Francisco “recordou e atualizou magistralmente os seus conteúdos na Exortação Apostólica Evangelii gaudium, da qual gostaria de sublinhar alguns pontos fundamentais: o regresso ao primado de Cristo no anúncio (cf. n. 11); a conversão missionária de toda a comunidade cristã (cf. n. 9); o crescimento na colegialidade e na sinodalidade (cf. n. 33); a atenção ao sensus fidei (cf. nn. 119-120), especialmente nas suas formas mais próprias e inclusivas, como a piedade popular (cf. n. 123); o cuidado amoroso com os marginalizados e os excluídos (cf. n. 53); o diálogo corajoso e confiante com o mundo contemporâneo nas suas várias componentes e realidades (cf. n. 84; Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 1-2)”.

A razão de se chamar Leão XIV

Robert Prevost explicou também aos cardeais a principal razão (entre outras que não indicou) para ter escolhido o nome de Leão XIV: “É porque o Papa Leão XIII, com a histórica Encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”.

Por fim, e antes de passar a palavra aos cardeais para as suas intervenções livres, Leão XIV deixou um convite: “Gostaria de concluir esta primeira parte do nosso encontro fazendo meu – e propondo-o também a vós – o desejo que São Paulo VI, em 1963, colocou no início do seu ministério petrino: «Que passe pelo mundo inteiro - como uma grande chama de fé e de amor que inflame todos os homens de boa vontade, ilumine os caminhos da colaboração recíproca e atraia sobre a humanidade, agora e sempre - a abundância das divinas complacências, a própria força de Deus, sem a ajuda de quem nada é válido, nada é santo»”.

O conteúdo das intervenções dos cardeais não foi divulgado.

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