12 mai, 2025 - 20:57 • Henrique Cunha
O bispo de Leiria-Fátima. D. José Ornelas, reafirma a intenção de convidar o Papa Leão XIV para visitar o Santuário de Fátima.
Na conferência de imprensa que antecedeu o início da peregrinação de maio a Fátima, que será presidida pelo cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Episcopal do Brasil, D. José Ornelas revelou que em, dois momentos, o ainda cardeal Prevost não pôde aceder por motivos de agenda ao convite que lhe formulou para estar em Fátima; convites feitos aquando da Assembleia Sinodal de outubro passado.
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E depois agradeceu ao cardeal António Marto o convite espontâneo que fez ao Papa logo após a sua eleição, pois colocou “o tema na agenda do pensamento” de Leão XIV. “Depois teremos oportunidade de o confirmar também”, assinalou D. José Ornelas. “Vamos encontrar maneira de lá chegar”, reafirmou.
Na conferência de imprensa, o cardeal Spengler foi inundado por perguntas acerca do Conclave. O arcebispo de Porto Alegre aludiu ao momento da eleição, sublinhando ter-se tratado de um “momento impressionante”.
Depois, o também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que o Papa Leão XIV escolheu um nome que “sintetiza” a vida da Igreja Católica.
“A Igreja é como um comboio. Ela caminha sobre dois trilhos: de um lado, a Cristologia, o Evangelho, se quisermos. Do outro lado, o outro trilho, a realidade atual, o contexto atual. Então, nesse sentido, a escolha do nome parece-me que sintetiza, de uma forma toda especial, aquilo que é a vida da Igreja”, referiu aos jornalistas.O reitor do Santuário de Fátima, o padre Carlos Cabecinhas revelou que terça-feira, no final da peregrinação, o bispo de Leiria-Fátima consagrará a Nossa Senhora de Fátima o ministério do Papa Leão XIV.
Para além da questão do papel das mulheres na Igreja, a conferência de imprensa serviu também para se abordar o distanciamento dos jovens.
O bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, disse que o ambiente social não ajuda à sua maior participação, e defendeu a necessidade de “uma mudança civilizacional”. “Há todo um ambiente social que faz com que os jovens não se sintam dentro”, afirmou.
“Nós queremos ter jovens na Igreja e quando chegam, o que é que fazemos? Pomo-los sentados a ouvir o nosso discurso e o nosso teatrinho”, prosseguiu. “Não pode ser, pois isto é assim também na politica e em todo o lado. Nós temos de proceder a uma mudança civilizacional”, concluiu.
Já o cardeal Spengler defendeu que o grande desafio da Igreja é adaptar a sua linguagem aos jovens e com uma metodologia que “encante”.
O cardeal Jaime Spengler, que depois de ter participado no Conclave que elegeu Leão XIV vai presidir à primeira grande peregrinação aniversária ao Santuário de Fátima, disse que “a nova geração possui uma outra estrutura logica mental que não é mais a nossa”.
“Eu creio que o grande desafio da Igreja, hoje, é como transmitir a fé às novas gerações com uma linguagem adaptada, com uma pedagogia adaptada, com uma metodologia que encante”, salientou.