23 mai, 2025 - 12:27 • Olímpia Mairos
O padre Gabriel Romanelli, responsável pela única paróquia católica em Gaza, diz que a situação no território continua “muito má”, extremamente difícil.
Desde o início da guerra em outubro de 2023, toda a comunidade cristã refugiou-se na Paróquia da Sagrada Família e no complexo ortodoxo vizinho. Atualmente, cerca de 500 pessoas, incluindo crianças e pessoas com deficiência, vivem abrigadas naquele espaço.
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Apesar de tentarem manter uma rotina com tempos de oração, aulas para as crianças e atividades para crianças, adolescentes e famílias, o ambiente é marcado por bombardeamentos constantes e escassez extrema.
“Dentro do recinto paroquial, estamos a fazer o melhor possível, embora se ouçam muitos bombardeamentos e, por vezes, os estilhaços atinjam o nosso recinto”, revela o sacerdote, em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Para o padre Gabriel Romanelli, o principal desafio neste momento é o de ordenar e organizar corretamente a vida na paróquia.
“Durante três meses, não recebemos qualquer ajuda. Por isso, por agora, estamos a racionar tudo o que temos e só depois desse racionamento é que poderemos distribuir [ajuda] aos refugiados do complexo e às pessoas de fora”, adianta o sacerdote.
Em 22 de maio, Israel só permitiu a entrada de 90 camiões com ajuda humanitária, muito abaixo dos 500 necessários por dia. Segundo o sacerdote, a maioria da população está focada na sobrevivência, mas já há sinais de sofrimento mental entre os fiéis, como depressão.
“O mais grave é que ninguém está a falar sobre o fim da guerra ou sobre o direito de ficar aqui, ou de reconstruir casas, de começar de novo”, diz, acrescentando que “por isso, rezamos e pedimos às pessoas que rezem e trabalhem pela paz”.