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entrevista Renascença/Ecclesia

​“Há imigrantes nos Estados Unidos com medo de sair à rua”

08 jun, 2025 - 09:30 • Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Agência Ecclesia)

Na véspera do Dia da Região Autónoma dos Açores, que coincide com a segunda-feira do Espírito Santo, é convidado da Renascença e da Agência Ecclesia o bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues.

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O bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, diz que há imigrantes, nos Estados Unidos que "vivem receosos de irem a lugares públicos com medo de serem repatriados".

Em entrevista à Renascença e à Agência Ecclesia, D. Armando assume preocupação com a situação de muitos açorianos emigrados face à política de imigração da administração Trump, pelo que considera “natural que alguns voltem” ao arquipélago.

Olhando para o território dos Açores, D. Armando diz que “há muito a fazer" no combate à pobreza: "Os dados dizem que temos 28% de açorianos a viver em risco de pobreza."

"É quase uma terça parte”, nota, destacando um dado ainda mais negativo: e pior “85 da população está mesmo em situação de privação severa”.

De acordo com o bispo de Angra, as bolsas de pobreza subsistem sobretudo nas ilhas de maior dimensão, Terceira e S. Miguel, onde “para além das dificuldades estruturais, há a grande praga das substâncias que criam dependências, nomeadamente as químicas”.

“Para além destas dificuldades, da pobreza, nós temos agora realidades novas. Também temos muitos sem-abrigo, mas sobretudo estas drogas sintéticas que vieram atirar muitos jovens para as cadeias, para as ruas, para a miséria, para fora das escolas”, sublinha.

Nesta entrevista concedida na véspera do Dia da Região Autónoma dos Açores, que coincide com a segunda-feira do Espírito Santo, após a solenidade católica do Pentecostes, D. Armando Esteves Domingues destaca o papel da Igreja no apoio às populações mais desfavorecidas, afirmando mesmo que “é na área social que mais se pode ser Igreja evangelizadora”.

O Dia da Região Autónoma dos Açores foi instituído em março de 1980 pela Assembleia Legislativa Regional para celebrar a afirmação da identidade dos açorianos, sendo que "a celebração do Espírito Santo reveste-se de profundo significado para o Povo”.

"Temos 28% de açorianos a viver em risco de pobreza. É quase uma terça parte"

Começamos pela ligação entre as festas do Espírito Santo e a celebração da autonomia. Estamos perante a maior celebração religiosa e cívica dos Açores. De que forma é que esta celebração define a identidade da população, digamos assim?

Sim, esta celebração, que se faz sempre na segunda-feira do Pentecostes, não acontece por acaso. Ela está, antes de mais, muito enraizada nas tradições culturais e religiosas dos Açores, tanto que esta celebração do Divino Espírito Santo, por altura do Pentecostes, era parte integrante da identidade açoriana. Tornou-se, por isso, um marco, não só na vida social e religiosa, mas também na vida política, assumindo esta devoção ao Espírito Santo. Desde longa data que os Açores, celebrando-se a festa do Divino Espírito Santo, foi marcando os passos das comunidades e não há açoriano que possa viver sem as festas do Espírito Santo, não há açoriano que não se sinta envolvido.

Devo dizer que a primeira vez, há muito pouco tempo, nos Açores, participei nos 300 anos do Império, na Silveira, Pico. A ilha do Pico é provavelmente a ilha onde é mais significativa esta festa, talvez 600 ou 700 pessoas numa sala, onde, para além das cerimónias religiosas, se partilhavam as famosas sopas do Espírito Santo. E isto só para dar uma imagem do que significa. À mesa estavam estas centenas de pessoas, todas em mesas corridas, sem distinção de ninguém. Estavam os políticos, entre os quais o presidente do Governo Regional, deputados, autarcas, gente de todas as instituições e associações, clérigos, também eu, e ninguém estava acima de ninguém, ninguém estava em mesa distinta. A única distinção que havia naquela grande sala era, sobre o palco, um pequeno trono com a coroa que simboliza o Espírito Santo, esta presença de Deus, no meio. Portanto, não há açoriano que não viva esta realidade e de tal maneira se incultura que, depois, quando saem, levam estas mesmas tradições e as fazem de igual forma ou até de formas ainda mais apuradas.

"É na área social que mais se pode ser Igreja evangelizadora"

Sente que na região não há receio em manter esta relação, saudável, entre o profano e o religioso?

Nem sempre foi fácil. Há aqui uma conceção muito comunitária, muito de expressão laical, do povo, do povo na sua inteireza, mas na sua complementaridade de pessoas. Ninguém pergunta quem é que vem às sopas. Eu falei numa sala grande, mas há lugares onde são salas pequenas e podemos imaginar quantas pessoas são envolvidas, estão a oferecer esmolas, oferecem imensas vacas para as festas, tudo é grátis. Não tendo salas grandes, durante uma tarde inteira, passam centenas, milhares de pessoas. Há lugares onde são cinco ou seis mil pessoas que passam para comer, tudo gratuitamente.

Portanto, há aqui uma dinâmica de solidariedade, de caridade, de partilha que é muito expressão quase de um poder intrínseco ao povo e nem sempre estes relacionamentos com a hierarquia foram pacíficos, ao longo dos séculos. Num sítio porque as festas eram demasiado exuberantes, se calhar eram demasiado profanas, mas também porque qualquer coisa poderia fugir ali ao poder. Nalgumas alturas, houve tentativas de controlo, enfim, não tão pacífico e dá-se conta de que ninguém se saiu bem daquilo. Hoje, há uma prática perfeitamente assumida pela Igreja desta colaboração. Os párocos dos lugares onde existem os Impérios, as sedes das pequenas irmandades que gerem todas as dinâmicas das festas, vão benzer as ofertas, as carnes. Em muitos sítios é assim. Mas, depois, também há dezenas de pessoas que fazem milhares de bolos ou de rosquilhas, como se chama, por exemplo, na Ilha do Pico, e tudo isso é gratuito, é distribuído gratuitamente. Há uma paróquia da Madalena que distribui, creio, umas quatro mil rodilhas, que são mais do que as pessoas que lá vivem. Quem vai pode levar gratuitamente.

Hoje, existe uma harmonia grande, aceitando que esta dimensão comunitária e espontânea da organização do povo, quase um poder, é de todos, é das pessoas, é dos clérigos, é do rico, é do pobre, é do mais culto, do menos culto. E é bonito ver esta convivência espontânea, como era também a Igreja dos primeiros tempos. Podemos também aí chegar, não é?

"A Igreja, para já, é quem está mais metida ao lado das pessoas"

Falou da diáspora. Esta marca identitária da devoção ao Espírito Santo é algo que também acompanha quem sai da ilha e que traz de volta também quando regressa?

Esta dimensão, esta simbiose entre fé e fé inculturada faz cultura. Quantos dos nossos grandes escritores nos Açores escrevem apaixonadamente sobre as festas do Espírito Santo, mas também se envolvem nelas? Toca quem vive desde miúdo esta inculturação da festa, da religiosidade que se comunica uns aos outros, não a partir de hierarquia, mas da vivência das casas.

Aquando da preparação da festa, há a coroação. Nas casas, recebe-se a coroa, reza-se o terço, convida-se os amigos, partilha-se o pão. Quem faz estas experiências e sai já não consegue viver sem elas. Ir a uma das comunidades dos Estados Unidos - ou do Canadá, ou mesmo até no Brasil ou nas Bermudas... - é o mesmo que estar nos Açores. As mesmas bandeiras, os mesmos símbolos, a mesma coroa, o mesmo cetro, as mesmas dinâmicas das sopas, como se chama essa grande refeição, mesmo os doces. Estamos em casa e a vida, esta simbiose entre a religião e a vivência cultural, solidária, de partilha, é a mesma.

Tendo em conta a forte presença da comunidade açoriana no país, existe um receio de uma eventual deportação de imigrantes dos Estados Unidos?

Alguns políticos falaram nesta questão, afirmando que a ninguém faltará o apoio dentro dos Açores, se voltarem. Temos açorianos que voltaram por opção. O açoriano é um pouco diferente, por exemplo, do continental, que vai e sonha regressar, na grande maioria. Aqui, quando saíram, saíram por tragédias. Os grandes surtos de imigração surgiram por tragédias - vulcões, terramotos, destruição - e quando partiam não pensavam muito na casa que deixavam, nos bens que deixavam. Agora, é natural que alguns voltem, que queiram voltar a estabelecer-se aqui e a esses, mesmo do ponto de vista político, diz-se que a ninguém faltará apoio.

Ainda não é muito relevante este regresso. Sabemos que alguns vivem receosos, às vezes evitando, até, ir a lugares públicos, por medo de serem repatriados. Ainda não é relevante, mas há preocupação, sem dúvida.

"Posso dizer que já conheço quase todos os cantos das ilhas todas"

A população está preocupada com a nova política da administração Trump e as repercussões que possa ter na base das Lajes?

É uma resposta que não é fácil de dar. Há dois anos, estive na Califórnia, em Turlock, e, faz agora um ano, no verão, estive em Fall River. São duas zonas um bocadinho diferentes, também do ponto de vista político. Num lado, há mais a influência republicana, na zona de São Francisco, naquelas zonas agrícolas, com grandes vacarias, muitas delas portuguesas. Aí, há, claramente, um forte enraizamento republicano e, portanto, um forte apoio a estas políticas.

Os portugueses gostam das coisas bem feitas, sempre foram muito trabalhadores, muito esforçados, e, portanto, identificam-se com políticas… não sei como lhe chamar, mas encontrei ali uma grande simpatia e uma enorme aversão por tudo o que não era dessa linha. Mesmo até entre clérigos, nos Estados Unidos é assim: quem tem uma opção tem, exprime, diz e defende.

Do outro lado, não tanto, e a comunidade portuguesa está apreensiva. Mas, a certa altura, a uma pessoa até muito influente perguntei: "Então, isto como é que está?" E ele diz-me: "Oh, senhor bispo, está bem, olha, eu votei Trump."

Portanto, não é fácil para nós, estando longe, fazermos uma avaliação e os nossos imigrantes são um bocadinho esse espelho. Estão no meio do que é a sociedade americana, partilham e sentem que há um radicalismo, um extremar de posições que é cada vez mais convicto e, portanto, há uma sociedade dividida, mas participam dela e a vida económica, o trabalho continua. Não sabemos o que é que o futuro lhes trará, mas não é, para muitos deles, uma grande preocupação.

A pergunta era no sentido de se perceber se a população das Lajes está preocupada com a eventual saída, em definitivo, dos americanos da Base…

Nós tivemos milhares de americanos aqui, a viver na Base das Lajes. Agora, está menos de uma centena. Teve um forte impacto quando as Lajes ficaram sem aquele exército permanente americano. Tem cá alguns aviões, tem algumas pessoas, é uma base que está sempre montada. Quando surgiu este conflito na Ucrânia, ainda vieram para aí umas delegações ver, mas depois não aumentou a presença. A grande tragédia para a Terceira foi quando desmobilizaram esta presença americana. Neste momento, são poucos os americanos presentes, de tal maneira que não é uma preocupação para a ilha.

"O Governo (…) tenta e tem conseguido desenvolver políticas que têm diminuído a gravidade da situação, mas, mesmo com todas as IPSS e instituições que estão no terreno, há muito a fazer"

Que balanço faz dos pouco mais de dois anos como bispo de Angra? Já conhece o rebanho e o seu cheiro?

Posso dizer que já conheço o rebanho e que já sinto muito mais hoje e sofro e caminho com este povo, com este rebanho, vamos dizer assim, com este grande povo de irmãos, este povo bom, que ainda continuo, como é evidente, a conhecer. Vou muito pelas ilhas. Cheguei ontem aqui, a casa, à Terceira, mas estive mais de 15 dias fora, em três ilhas. Portanto, é normal eu viver fora de casa e o balanço é sempre difícil de fazer. Mas conhecer, posso dizer que já conheço quase todos os cantos das ilhas todas. Nalgumas delas fiz visita pastoral, portanto, foram mesmo os cantos todos. Nós vamo-nos conhecendo e continuo a conhecer e a descobrir as características deste povo, também dos padres, das pessoas que colaboram comigo. Depois do descobrir, também já estamos numa fase em que, seja do ponto de vista pastoral, nas suas vertentes evangelizadoras, ou social já se podem fazer projetos.

Temos em mão o grande projeto a 10 anos, até aos 500 anos da Diocese, que será em 2034. Completamos 500 anos e vamos iniciar ciclos de três anos desta caminhada conjunta. Gostaríamos de envolver o povo todo, o povo de Deus, não só o povo praticante, digamos assim, mas sermos capazes de ouvir todos, de dar atenção a todos, dar a voz a todos, que é o mais difícil nos tempos que correm. As pessoas estão envolvidas em muitas coisas, preocupadas com muitas coisas e não podemos pensar que temos de andar com as pessoas todas a vir ter connosco. Há também de encontrar formas de evangelizarmos saindo. Depois, também, o sentir que já estamos nesta fase de programar e pensar nalgumas prioridades, nomeadamente esta dimensão mais solidária, tão presente nas festas do Espírito Santo, esta dimensão tão necessária de respondermos não só num dia de festa, partilhando tudo e estando com todos, mas fazer disso a nossa vida do dia-a-dia. As comunidades têm de ser muito mais fraternas, muito mais atentas, muito mais próximas. O Evangelho tem de ser como este pão ou esta carne ou este vinho que se partilha em dia do Espírito Santo e temos de o tornar constitutivo da vida das comunidades.

"Temos realidades novas. Também temos muitos sem-abrigo, mas sobretudo estas drogas sintéticas"

Do conhecimento que já tem das comunidades, porque estava a falar claramente de um apelo à solidariedade e à fraternidade, confirmou a ideia de que estamos perante uma das regiões mais deprimidas, mais pobres do país?

Os dados dizem-nos isso. Temos mais de 28% de açorianos a viver em risco de pobreza, quase uma terça parte. Também aqui, nos Açores, 8% da população está mesmo em situação de privação material severa e o rendimento médio é também calculado 10% abaixo da média nacional. Somos uma região onde o governo com as suas medidas de apoio tenta e tem conseguido desenvolver políticas que têm diminuído a gravidade da situação, mas, mesmo com todas as IPSS e instituições que estão no terreno, há muito a fazer.

Subsistem bolsas de pobreza no território?

Temos. Os Açores têm. As ilhas pequenas passam um bocadinho despercebidas, há pequenos focos, mas sobretudo nas ilhas maiores. Aqui, na Terceira, bastante, mas muito mais na ilha de São Miguel, a grande ilha de São Miguel que atrai a todos.

Para além destas dificuldades estruturais, temos a grande praga das substâncias que criam dependências, nomeadamente as químicas. Além da pobreza, temos realidades novas. Também temos muitos sem-abrigo, mas sobretudo estas drogas sintéticas que vieram atirar muitos jovens para as cadeias, para as ruas, para a miséria, para fora das escolas.

Há dramas que são também avolumados devido ao facto de serem ilhas, de serem mais fechadas, mas onde todas estas propostas novas chegam e chegam com violência. A Igreja também está, neste momento, a refletir nisto seriamente e a procurar também respostas, até olhando para as festas do Espírito Santo, com esta dimensão da proximidade, da preocupação, da partilha, da esmola que se dá sem esperar nada em troca. Para lançar nas comunidades os frutos do Espírito Santo, o amor, a alegria, a partilha. Enfim, podemos dar como contributo a combater esta carência social e esta pobreza estrutural que temos nalguns sítios.

"A celebração do Espírito Santo reveste-se de profundo significado para o povo"

Qual está a ser o papel da Igreja Católica junto destas populações mais desfavorecidas?

A Igreja, para já, é quem está mais metida ao lado das pessoas. Só pela própria presença, por tudo aquilo que representa de integrador nos seus diversos grupos, da catequese, de grupos juvenis, de pastoral juvenil, de famílias. Enfim, sentimos que nos é pedido muito aqui nos Açores.

Seja com os serviços sociais de Cáritas, Serviço Diocesano de Caridade, Vicentinos, todos, estamos a iniciar também alguns trajetos novos. Um deles prende-se com a grande preocupação de que não haja comunidades que não tenham gente atenta às novas pobrezas. As pessoas ainda estão muito a olhar para os subsídios, para as ajudas externas.

Temos de introduzir nas células do nosso território, que são, por exemplo, as nossas paróquias, as nossas comunidades, mas também nas que extravasem para além da vida restrita das comunidades estruturas permanentes, como temos de catequese, como temos de liturgia. Se nós não assumirmos que é preciso construir isto... É na área social que mais se pode ser Igreja evangelizadora, porque pode-se congregar pessoas que não estejam propriamente no número dos praticantes, envolver saberes, gente que perceba de assistência social, de psicologia. Estes grupos caritativos e sociais têm de ter uma roupagem nova.

Estamos a tentar fazer este caminho de reflexão, também de organização, até com outros saberes, com outras pessoas, até do mundo empresarial que nos estão a dar algumas achegas para este caminho, porque não podemos ficar de olhos fechados e simplesmente dizer, “ah, nós não temos pobres”. Isto é, todos comem, todos têm uma mesa, mas há muitas pobrezas hoje que não deixam evoluir e sair desta situação de carência e desta situação assistencialista, para não dizer subsidiodependência.

Às vezes, aquilo que se ouve na sociedade, que o povo diz e que alguns partidos proclamam e tornam a sociedade fraturada e uns contra os outros, não pode ser. Tem de nos alertar. Quem fala nas organizações destes grupos de proximidade, que têm de ter mais formação, mais capacidade, um voluntarismo mais formado, nós precisamos também, depois, de perceber até que ponto é que o que nós fazemos, também do ponto de vista caritativo, ajuda as pessoas a desenvolver-se, a ser protagonistas do seu próprio desenvolvimento. E isto é atender, é amar, é eventualmente formar, sacrificar-nos, mas ajudar a que as pessoas assumam a sua própria história, porque, se não, segundo a terceira geração, sabe que se pode viver sem trabalhar: isto é terrível, é não ter esperança nenhuma na vida, é sentar-se na cadeira à espera que o mundo passe. Há aqui desafios muito grandes que estamos a agarrar, que estamos a refletir e que vamos levar para a frente, procurando sempre incluir todos.

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