19 jun, 2025 - 20:51 • Ana Catarina André
Maria de Jesus Monteiro é uma entre centenas de fiéis que, esta quinta-feira, em Lisboa, fizeram questão de participar na procissão do Corpo de Deus. Aos 90 anos, já não consegue acompanhar o cortejo, mas faz questão de estar presente. Fica a rezar no Largo da Sé, enquanto o Santíssimo Sacramento percorre as ruas da baixa de Lisboa.
“Creio muito no Santíssimo Sacramento e esta procissão é a mais bela de todas”, afirma, contando que faz questão de vir todos os anos.
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Tal como ela, foram muitos os que, de joelhos ou em silêncio, rezaram diante do Santíssimo Sacramento que, durante uma hora e meia, passou pelas ruas da baixa. Presidida por D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa, a procissão — a mais participada neste dia — contou com a presença de mais três bispos (os auxiliares D. Alexandre Palma e D. Rui Gouveia e D. Sérgio Dinis, bispo das Forças Armadas e Segurança), dezena de padres e dezenas de elementos das irmandades do Santíssimo Sacramento da cidade.
No final, e à semelhança do que fizera na homilia da missa de manhã, o Patriarca voltou a apelar à paz. “Trazemos connosco aquelas terras que nós daqui bramamos por mudança e por transformação. Façamos o nome delas. Ucrânia precisa de ser transformada em terra de paz. Gaza precisa de ser transformada em terra de paz. Israel precisa de ser transformada em terra de luz e de paz. Que o Irão se transforme em terra de paz e de entendimento”, disse, enquanto a multidão o aplaudia.
Questionando os fiéis, D. Rui Valério afirmou ainda que “o mundo não está bem” e sublinhou que “as pessoas, a humanidade e a sociedade precisam de ser transformadas”. “Recebes daqui, desta Sé Patriarcal, a Boa Nova: o lugar onde tu podes ser protagonista e colaborar nessa mudança é participares da Eucaristia. É vires à missa”, disse, com entusiasmo.
A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, normalmente apelidada de Corpo de Deus, foi instituída no século XIII pelo Papa Urbano VI e celebra-se 60 dias depois da Páscoa.