06 set, 2025 - 13:00 • Aura Miguel
“Maria protege-nos das mistificações da propaganda, da ideologia e da informação doentia, que nunca podem transmitir uma mensagem desarmada e desarmante e abre-nos à gratuidade divina, a única que torna possível que as pessoas, povos e culturas caminhem juntos em paz”, disse Leão XIV aos participantes da Academia Mariana Internacional, este sábado.
O Papa sublinhou, esta manhã no Vaticano, que uma Igreja com coração mariano “preserva e compreende cada vez mais a hierarquia das verdades da fé, integrando razão e afeto, corpo e alma, universal e local, pessoa e comunidade, humanidade e cosmos”.
Ou seja, “é uma Igreja que não renuncia a fazer perguntas incómodas a si própria, aos outros e a Deus — «Como pode ser isto?» (Lucas 1:34) — e que percorre os caminhos exigentes da fé e do amor — "Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lucas 1:38)”.
E, como tem sido habitual noutros discursos, Leão XIV recorreu a uma frase que Santo Agostinho dirigiu a Maria sobre a atitude dos fiéis: “Todos te consultam sobre o que desejam, mas nem sempre ouvem a resposta que desejam. O teu servo mais fiel é aquele que não procura ouvir de ti o que quer, mas sim querer o que ouve de ti”.
É por isso que a Igreja precisa de recomeçar sempre aa escuta da Palavra, mesmo que não seja a que esperamos ouvir, frisou o Papa.
“A Igreja precisa da Mariologia, precisa que seja pensada e proposta nos centros académicos, nos santuários e comunidades paroquiais, nas associações e movimentos, nos institutos de vida consagrada; bem como nos locais onde se forjam as culturas contemporâneas, valorizando as inúmeras propostas oferecidas pela arte, pela música e pela literatura”, realçou.
Desde o início do seu pontificado, Leão XIV revelou a sua devoção mariana, quer nas primeiras palavras que dirigiu à Virgem de Pompeia, no dia em que foi eleito, quer ao confiar o seu pontificado, poucos dias depois, à Mãe do Bom Conselho, no santuário agostiniano de Genenazzano e, nessa mesma semana, ao venerar o ícone de Maria Salus Popoli Romani, na basílica de Santa Maria Maior.