11 set, 2025 - 14:12 • Aura Miguel
O Papa reuniu-se esta quinta-feira com 192 bispos de todos os continentes, que foram ordenados no último ano e frequentaram, nestes dias, o habitual curso de formação para os bispos recém-ordenados, organizado pelo Dicastério a que presidiu Robert Prevost.
Em clima cordial, antes de começar o discurso, o novo Papa começou por dizer: ”Talvez alguns de vós ainda se interroguem ‘como é que eu fui escolhido?’ Até eu me interrogo…” E, aludindo à sua recente eleição papal, “Pensava que ia estar aqui hoje, neste curso, vestido de preto!”
Leão XIV refletiu sobre a identidade do bispo e sublinhou no seu discurso que “o dom recebido não é para vós mesmos, mas para servir a causa do Evangelho. O bispo é servo, o bispo é chamado a servir a fé, o povo”.
O Papa afirmou que “a crise da fé e a sua transmissão, juntamente com os desafios da pertença e da prática eclesial, convidam-nos a redescobrir a paixão e a coragem por um novo anúncio do Evangelho”. Mas reconhece que, “ao mesmo tempo, muitas pessoas que parecem distantes da fé regressam frequentemente às portas da Igreja ou abrem-se a uma nova busca pela espiritualidade, que por vezes encontra linguagem e forma inadequadas nos programas pastorais tradicionais”.
Neste contexto, é preciso ter em conta também os diferentes desafios de caracter mais cultural e social que todos enfrentamos, com especial destaque para o que se passa em alguns territórios. E deu exemplos: “A tragédia da guerra e da violência, o sofrimento dos pobres, as aspirações de tantos por um mundo mais fraterno e solidário, os desafios éticos que nos questionam sobre o valor da vida e da liberdade — a lista poderia ser, certamente, mais longa”, disse Leão XIV.
O Papa sublinhou ainda que a Igreja envia estes novos bispos “como pastores atenciosos e cuidadosos, que sabem partilhar a viagem, as perguntas, as angústias e as esperanças do povo; pastores que desejam ser guias, pais e irmãos para os sacerdotes e para as irmãs e irmãos na fé”.