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Papa fala da "dor coletiva" da guerra e pede que se ouça "grito das crianças"

15 set, 2025 - 18:42 • Ângela Roque

Apelo foi deixado por Leão XIV na Vigília de Oração do Jubileu da Consolação, no Vaticano. Momento foi marcado por testemunhos de sofrimento devido a luto, violência e abusos.

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A viúva de um homem assassinado pela Máfia, em Nápoles, em 2009, e a mãe de um jornalista americano raptado duas vezes e decapitado na Síria, em 2012, foram dos primeiros testemunhos a ser partilhados na Vigília de Oração do Jubileu da Consolação.

A capacidade que, nos dois casos, as famílias tiveram para sarar feridas e ultrapassar o ódio foi acolhida pelo Papa, que falou da importância do perdão.

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“Os testemunhos que ouvimos transmitem esta certeza: que a dor não deve gerar violência; que a violência não é a última palavra, porque é vencida pelo amor que sabe perdoar. Que maior libertação podemos aspirar alcançar senão aquela que provém do perdão, que pela graça pode abrir o coração apesar de ter sofrido todo o tipo de brutalidade?”, sublinhou.

Leão XIV lembrou que nos “momentos de escuridão, mesmo contra todas as evidências, Deus não nos deixa sozinhos”, e que “não devemos ter vergonha de chorar”, porque essa é “uma linguagem que fala da nossa humanidade fraca e posta à prova, mas chamada à alegria”.

“As lágrimas são um grito mudo que implora compaixão e conforto”, e há momentos em que “só as lágrimas nos preparam para ver Jesus”, afirmou ainda, para sublinhar que só a fé permite fortalecer a esperança.

“Onde existe o mal, aí devemos procurar o conforto e a consolação que o vencem e não lhe dão trégua. Na Igreja, isso significa que nunca o fazemos sozinhos. Apoiar a cabeça num ombro que te consola, que chora contigo e te dá força, é um remédio do qual ninguém pode prescindir, porque é sinal de amor. Onde a dor é profunda, ainda mais forte deve ser a esperança que nasce da comunhão. E esta esperança não engana”.

A guerra é “uma dor coletiva”

Na vigília, o Papa não esqueceu os conflitos armados que alastram no mundo. “Assim como existe a dor pessoal, também existe, nos nossos dias, a dor coletiva de populações inteiras que, esmagadas pelo peso da violência, da fome e da guerra, imploram pela paz. É um grito imenso, que nos compromete a rezar e a agir, para que cesse toda a violência e aqueles que sofrem possam reencontrar a serenidade”, afirmou.

Entre os que mais sofrem, lembrou o Papa, estão as crianças, que pediu não sejam esquecidas por quem decide a guerra. a realidade da guerra. “Que os responsáveis das nações escutem de modo particular o grito de tantas crianças inocentes, para lhes garantir um futuro que as proteja e console No meio de tanta prepotência, temos a certeza que Deus não deixará faltar corações e mãos que levem ajuda e consolo, agentes da paz capazes de animar aqueles que estão na dor e na tristeza”.

O Jubileu da Consolação foi marcado para este 15 de setembro, dia em que liturgicamente a Igreja celebra a Memória de Nossa Senhora das Dores, recordando o sofrimento de Maria ao pé da cruz em que Jesus morreu. Foram especialmente convidados para este momento jubilar os que viveram, ou vivem, momentos de dor e sofrimento, por motivos de doença, luto, violência e abusos sofridos, assim como os seus familiares e amigos.

"Papa em Fátima num próximo dia 13 de maio". Veja a entrevista completa ao Secretário de Estado do Vaticano
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