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Religião

Papa sobre o panorama mundial: “Estado onde não há justiça não é Estado”

20 set, 2025 - 17:42 • Aura Miguel

Leão XIV considerou o Jubileu da Justiça um convite para se refletir melhor “sobre um aspecto da justiça que é muitas vezes insuficientemente abordado: a realidade de muitos países e povos que têm fome e sede de justiça".

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Esta manhã, Leão XIV recebeu na Praça de São Pedro os participantes no Jubileu dos profissionais ligados à justiça.

“Hoje, o que se reivindica para os operadores da justiça é precisamente a procura ou a recuperação de valores esquecidos na convivência, o seu cuidado e respeito”, disse o Papa. Trata-se de “um processo útil e necessário, dado o aparecimento de comportamentos e estratégias que demonstram desprezo pela vida humana, desde a sua primeira manifestação, que negam direitos básicos à existência pessoal e desrespeitam a consciência da qual brotam as liberdades”.

Neste contexto, o Jubileu é um convite para se refletir melhor “sobre um aspecto da justiça que é muitas vezes insuficientemente abordado: a realidade de muitos países e povos que têm fome e sede de justiça porque as suas condições de vida são tão injustas e desumanas que chegam a ser inaceitáveis”, sublinhou o pontífice.

Leão XIV alargou estas considerações ao actual panorama internacional: "Sem justiça, o Estado não pode ser administrado; é impossível haver lei num Estado onde não há verdadeira justiça. Um acto praticado de acordo com a lei é certamente praticado de acordo com a justiça, e é impossível que um acto praticado contra a justiça seja praticado de acordo com a lei [...] Um Estado onde não há justiça não é um Estado”, frisou o Papa Leão, citando Santo Agostinho.

A estes responsáveis e profissionais provenientes de diversos países e instituições jurídicas e estruturas ligadas aos tribunais, o Papa sublinhou também que “a justiça é chamada a desempenhar uma função superior na convivência humana, não podendo ser reduzida à nua aplicação da lei, nem à ação dos juízes ou limitar-se a aspectos meramente processuais”.

Leão XIV, que também é canonista, esclareceu ainda que a verdadeira igualdade “é a oportunidade que se dá a todos de realizarem as suas aspirações e de verem os direitos inerentes à sua dignidade garantidos por um sistema de valores comuns e partilhados, capaz de inspirar normas e leis em que assenta o funcionamento das instituições”.

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