21 set, 2025 - 12:05 • Aura Miguel
Leão XIV saudou, no final do Angelus, os representantes de várias associações católicas empenhadas na solidariedade com o povo da Faixa de Gaza. Presentes com vários cartazes e faixas a favor da paz, diversos grupos encheram a Praça de São Pedro e aplaudiram a saudação do Papa. “Aprecio a vossa iniciativa e a de muitas outras, em toda a Igreja, que manifestam proximidade aos nossos irmãos e irmãs que sofrem naquela terra atormentada”, disse o pontífice.
“Convosco e com os pastores das igrejas na Terra Santa, repito: não há futuro baseado na violência, no exílio forçado, na vingança. Os povos precisam de paz. Aqueles que os amam verdadeiramente trabalham pela paz”, frisou com veemência.
Ainda durante o Angelus, o Papa alertou para o mau uso da riqueza, dos recursos da terra e da vida que Deus nos confiou. “Podemos seguir o critério do egoísmo, colocando a riqueza em primeiro lugar e pensando apenas em nós mesmos, mas isto isola-nos dos outros e espalha o veneno de uma competição que muitas vezes gera conflitos”. Ou, em alternativa, “podemos reconhecer tudo o que temos como um dom de Deus a ser administrado, e usá-lo como instrumento de partilha para criar redes de amizade e solidariedade, para edificar o bem, para construir um mundo mais justo, equitativo e fraterno”, afirmou.
Horas antes, na missa que celebrou na pequena paróquia de Sant'Ana, no Vaticano, Leão XIV também alertou para o risco de “a sede de riqueza substituir Deus no nosso coração quando acreditamos que ela nos salvará a vida”. E deixou um apelo aos responsáveis mundiais: “Hoje, em particular, a Igreja reza para que os governantes das nações sejam libertados da tentação de usar a riqueza contra o homem, transformando-a em armas que destroem os povos e em monopólios que humilham os trabalhadores”, frisou. “Quem serve Deus liberta-se da riqueza, mas quem serve a riqueza fica escravo dela! Quem procura a justiça transforma a riqueza em bem comum; quem procura dominar, transforma o bem comum em despojo da sua própria ganância”